O Ibovespa opera em queda nesta terça-feira (11), lutando para sustentar a marca dos 115 mil pontos, em meio à deterioração das bolsas americanas com o temor de uma recessão global. Mesmo com a deflação do IPCA, o exterior continua pesando, havendo, além das praças europeias, um novo salto no número de casos de Covid-19 na China, que também alimenta o mau humor.
Os papéis da Braskem (BRKM5) sobem 12,59%, liderando as maiores altas do índice. Investidores reagem à informação de que a gestora americana Apollo fez uma nova oferta pela empresa, segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. A nova proposta é 25% maior do que a anterior e inclui o fechamento de capital da Braskem na B3 e a posterior reabertura na bolsa de Nova York.
Na contramão da aversão ao risco generalizada, Raízen (RAIZ4), Cosan (CSAN3) e Rumo (RAIL3) também operam na ponta positiva. A primeira tem quase 6% de alta, enquanto as duas últimas avançam por volta de 3%.
As ações da Cosan e suas controladas ensaiam recuperação após o anúncio da aquisição de participação na Vale pegar o mercado de surpresa. “Vemos o movimento como mais uma diversificação para a holding, o que pode ser positivo. A Cosan também vê a Vale como um ativo único em um setor em que o Brasil tem vantagens competitivas (assim como seus demais negócios)”, destacam os analistas do UBS Luiz Carvalho, Matheus Enfeldt e Andreas Bokkenheuser.
No caso da Rumo, o Citi elevou o preço-alvo da ação de R$ 22 para R$ 24, potencial de valorização de 31% ante o fechamento de sexta-feira. A atualização reflete a expectativa de safras melhores no segundo trimestre e a normalização das tarifas de frente.
Já os ativos da Petrobras recuam 0,67% (ON) e 0,30% (PN), acompanhando os contratos futuros de petróleo. Após subir 16% na semana passada, a commodity realiza lucros em meio a preocupações com a demanda chinesa.
A nova aceleração de casos de coronavírus na China pressionou também o minério de ferro, pesando em mineradoras e siderúrgicas. CSN (CSNA3) puxa as quedas entre os pares, cedendo 3,01%, seguida por Vale (VALE3), que cai 0,76%, e Gerdau (GGBR4), 0,58%. A Usiminas (USIM5) destoa do setor e sobe 0,13%
Na ponta negativa do índice, também estão Qualicorp (QUAL3), Locaweb (LWSA3) e CVC (CVCB3).
O dólar se mantém em alta, com o mercado ajustando posições compradas em meio a expectativas de nova alta de 0,75 p.p. dos juros pelo Federal Reserve (Fed), após os dados do payroll dos EUA indicarem que o mercado de trabalho se manteve aquecido em setembro.
Além disso, são aguardadas novas falas de dirigentes do Fed, que têm defendido a manutenção da postura hawkish, uma vez que ainda não houve impacto significativo do aperto monetário no mercado de trabalho e na inflação do país.
Os investidores ajustam posições também prevendo o feriado nacional de amanhã, quando os mercados internacionais operam normalmente e serão divulgados o PPI dos EUA e a ata da última reunião monetária do Fed.
Vale destacar que a polarização da corrida do segundo turno presidencial também tem afastado os investidores estrangeiros e o mercado espera uma definição do pleito para os players internacionais reavaliarem as perspectivas do próximo governo, a partir de 2023.
🇧🇷 Ibovespa -0,55% (115.303)
💵 Dólar +0,54% (R$ 5,20)
Cotações registradas às 12h20
Commodities
O petróleo opera em baixa, ampliando perdas da sessão anterior, após um novo surto de Covid-19 na China reacender temores sobre a demanda global pela commodity. A queda vem também após o petróleo saltar até mais de 16% na semana passada, quando a Opep+ anunciou um significativo corte em sua produção.
O minério de ferro encerrou em queda, em meio ao mau humor do mercado devido à intensificação das restrições contra a Covid-19 na China para reprimir um novo surto da doença.
🛢 Brent -1,33% (US$ 94,91)
🛢 WTI -1,43% (US$ 89,93)
🇨🇳 Minério de ferro -2,50% (US$ 100,5)