Ibovespa opera no campo negativo; Banco Central e Americanas continuam no radar

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O Ibovespa opera no campo negativo nesta sexta-feira (20). O pregão traz como principais drivers a relação do presidente Lula com o Banco Central e o avanço das commodities, que limita as perdas do índice. Além disso, Americanas encerra hoje sua participação nos índices da B3. Às 13h30, o Ibovespa caía 0,60%, aos 111.734 mil pontos, na mínima intradiária. 

O índice tentou recuperar a estabilidade no início da manhã, mas logo voltou a operar no campo negativo. O indicador ignora a moderada alta externa e cai para a faixa dos 112 mil pontos. 

Embora nos últimos dias os ruídos políticos não tenham penalizado tanto o Ibovespa, temores de ingerência no Banco Central se juntam à repercussão do caso Americanas no último pregão da semana. 

A varejista solicitou pedido de recuperação judicial e, por essa razão, hoje terá seu último pregão como parte do Ibovespa. Os ativos serão retirados de todos os índices da bolsa brasileira dos quais hoje faz parte. 

Quanto ao Banco Central, investidores digerem as falas de ontem do ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, atenuando a afirmação do presidente Lula sobre a autonomia do BC.

Entretanto, investidores ainda demonstram desconforto em relação às críticas do presidente da República. Também chamam atenção dos agentes financeiros rumores de que o governo busca alterar o perfil do Copom na substituição de Bruno Serra, atual diretor da Política Monetária. Serra deixa o cargo em fevereiro. 

No exterior, o dia é relativamente fraco em termos de agenda, mas Wall Street avança, na esteira das reações positivas ao balanço da Netflix. 

O destaque fica para o discurso de autoridades monetárias. A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse no Fórum Econômico Mundial, em Davos, que é necessário manter o ritmo de aperto monetário, já que a reabertura da economia da China pode aumentar a inflação.

Hoje, o diretor do Federal Reserve (Fed) da Filadélfia, Patrick Harker, e o membro do conselho Christopher Waller também discursam.

Entre as maiores altas do Ibovespa, CSN [CSNA3] sobe 2,81%, e CSN Mineração [CMIN3], 2,12%, ambas puxadas pela valorização do minério de ferro. 

Entre os destaques negativos, Americanas [AMER3] registram queda de 10%, revertendo alta após os bancos devolverem os recursos bloqueados da companhia em meio ao cenário conturbado.

Rede D’Or [RDOR3] também cai 3,76%, com agentes financeiros digerindo relatório do Citi, que rebaixou as ações da companhia do equivalente a compra para neutro, com preço alvo de R$ 33,00. Apresentam queda também Raizen [RAIZ4], de 3,52%, e Cemig [CMIG4], caindo 3,08%.   

O dólar avança fortemente, cotado a R$ 5,18. A moeda sustenta os ganhos firmes no mercado local, em meio à demanda defensiva e baixa liquidez.

🇧🇷 Ibovespa +0,60% (112.248)
💵 Dólar +0,54% (R$ 5,18)

Cotações registradas às 13h30

Commodities

Os contratos de petróleo operam em alta. A commodity se encaminha para a segunda semana consecutiva de ganhos, em meio ao otimismo gerado pela reabertura da China e na expectativa de que a União Europeia imponha sanções aos derivados de petróleo da Rússia. 

O minério de ferro avançou em 1,8%, na Bolsa de Cingapura, cotado a US$ 125,95 a tonelada.

🛢 Brent +0,39% (US$ 80,91)
🛢 WTI +0,31% (US$ 80,86)
🇨🇳 Minério de ferro +1,8% (US$ 125,95)

Cotações registradas às 13h30; minério de ferro referente a Cingapura

(Com Agência Estado)

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