Próxima semana tem payroll dos EUA e balanços da Embraer [EMBR3] e 3R Petroleum [RRRP3]

Panorama para 6 a 10 de março

O mundo acompanha o relatório oficial de empregos dos Estados Unidos – o famoso payroll – na próxima semana, em meio a contínuas revisões de expectativas quanto à taxa de juros terminal do Federal Reserve (Fed). 

No Brasil, além das movimentações em Brasília, investidores devem repercutir o IPCA de fevereiro e balanços trimestrais de companhias como a Embraer [EMBR3]. 

Temporada de balanços

No Brasil, o balanço da Pague Menos [PGMN3] será divulgado na segunda-feira (06). O dia seguinte trará os resultados do Grupo Soma [SOMA3] e Raia Drogasil [RADL3]. 

A quarta-feira (08) será o dia mais movimentado da semana, com os resultados da 3R Petroleum [RRRP3], SLC Agrícola [SLCE3], Guararapes [GUAR3], CSN Mineração [CMIN3], Petz [PETZ3], CSN [CSNA3], Grupo Mateus [GMAT3] e MRV [MRVE3]. 

Na quinta-feira (09), há os balanços da CBA [CBAV3], Magazine Luiza [MGLU3], Lavvi [LAVV3], Via [VIIA3], Tenda [TEND3] e Arezzo [ARZZ3].

Por fim, a Embraer [EMBR3] divulga seu resultado trimestral na sexta-feira (10). A XP Investimentos projeta margem Ebitda mais forte do que anteriormente indicado para a companhia, “implicando uma sólida perspectiva de rentabilidade para 2023”. 

Entretanto, prosseguem os analistas da corretora, as entregas e receitas de 2022 devem se aproximar do limite inferior do guidance. 

Nos Estados Unidos, destaque apenas para o balanço da multinacional de tecnologia e informática Oracle Corp. [ORCL34], cuja divulgação será na sexta-feira. 

Radar de proventos

De acordo com dados da Bloomberg, Alpargatas [ALPA4] e Iguatemi [IGTI3] ficam ex-dividendos na segunda-feira, enquanto Marcopolo [POMO4] fica “ex” no dia seguinta.

Na quarta-feira, ficam ex-direitos o fundo imobiliário BRCR11 e as ações da Ferbasa [FESA4]. 

Projeção para o Ibovespa

Após mais uma semana negativa, o Ibovespa segue dentro de um canal de baixa, explica Filipe Borges, analista técnico da Benndorf Research. Agora o mercado testa o principal suporte do gráfico diário, “na região de 103 mil pontos aproximadamente”, região de fechamento dessa semana.

Semana que vem, se tivermos a confirmação da perda dos 102.500, o próximo alvo é 101.500 pontos e, “para mim, o mercado tem grandes chances sim de voltar a testar o patamar dos 100 mil pontos”. 

Esse não seria o alvo principal de queda. “Se o mercado realmente apontar para baixo, o alvo principal é 96 mil pontos.” 

Dicas de trades

Para trades na próxima semana, Filipe Borges vê oportunidades em Magazine Luiza [MGLU3]. Os papéis se  encontram dentro de um padrão gráfico chamado “triângulo simétrico”. 

Embora tal formação geralmente não apresente tantas oportunidades, prossegue, não é o caso de MGLU3, “e o ativo ainda tem chance de novas quedas”. Para novas entradas, Filipe recomenda verificar a gestão de risco “para ver se compensa o tamanho do stop para o alvo”.

O analista vê ainda mais alvos, até a região de R$ 2,70. O ativo tem apenas um topo, em R$ 3,80, como resistência. “Chance de continuar caindo ainda mais, espaço para quedas em torno de 14% a 10%.”

Também o Bradesco [BBDC4] pode render operações de venda. As ações testam o suporte principal, na região de R$ 12,70 – e ainda têm mais espaço para cair, segundo Filipe Borges. “Se tiver um fechamento abaixo desse patamar e volume acima da média, para mim, mais uma vez, redução ao stop desse ativo.”

O próximo suporte de BBDC4 é em R$ 11,85, “e aí esse é o teste de fogo”. Se houver fluxo comprador aos R$ 11,80, “pode ser um excelente ponto de compra, mas tem que ter stop para proteger o capital, porque, caso seja perdido esse patamar, o próximo suporte mais relevante do ativo é apenas em R$ 9”.

Já o Santander [SANB11] encerrou esta semana rompendo o suporte no gráfico semanal, no patamar de R$ 26,80. Para a semana que vem, SANB11 “agora com mais espaço para quedas até R$ 25,50”. 

O papel também apresenta um triângulo descendente no gráfico, “o que aumenta a chance de testar os R$ 25,30 e, posteriormente, romper esse patamar, caso haja rompimento dos R$ 25,30.”

O alvo dessa projeção de queda é R$ 22,70, no qual o analista da Benndorf enxerga um bom ponto para observar compras contra a tendência em região de suporte.

Indicadores econômicos

Na agenda de indicadores da próxima semana, o payroll americano, a ser divulgado na sexta-feira, é destaque global. 

O relatório oficial de empregos dos EUA “deve superar as expectativas do mercado pelo 11º mês consecutivo, impulsionado pela resiliência da economia interna e em linha com os relatos de criação de empregos vistos nos PMIs do país essa semana”, aponta Marco Ferrini, analista de macroeconomia da Benndorf.  

Internamente, o destaque vai para o IPCA de fevereiro, o qual deve indicar aceleração. Grande parte do movimento seria devido a setores como educação e habitação, dados os reajustes de início de ano.

“Também esperamos nova variação positiva dos alimentos, já que a chuva intensa prejudicou a produção de leite e o açúcar está na entressafra”, finaliza Marco.