Na última semana, tornou-se de conhecimento público que as empresas de saúde Dasa [DASA3] e Hapvida [HAPV3] estão se preparando para realizar follow-on. O movimento vem depois do Assaí [ASAI3] ter realizado o mesmo procedimento.
O follow-on – ou oferta subsequente de ações – consiste no ato de uma empresa com capital aberto na bolsa de valores emitir mais ações para serem negociadas no mercado.
Além disso, o follow-on pode ser utilizado por acionistas com percentual relevante da empresa para se desfazerem de suas posições.
Em outras palavras, o follow-on é um processo pelo qual uma empresa já listada na bolsa de valores oferece mais ações para negociação, diferentemente de um IPO, que é quando uma empresa entra na bolsa de valores pela primeira vez e suas ações começam a ser negociadas nas corretoras.
Por que as empresas fazem isso?
Segundo o planejador financeiro e especialista em alocação da Nomos, Beto Saadia, a utilidade do follow-on é extremamente simples: captação de dinheiro.
“A empresa tem várias formas de captar dinheiro: pegar empréstimo no banco, no BNDES, emitir um título de dívida ou emitir mais ações para captar dinheiro. Então, basicamente, a razão é essa”, completou
O que vem depois
Em muitos casos, como os citados no início do texto, as ações das empresas oscilam bastante após o anúncio da oferta subsequente de ações.
Segundo Beto Saadia, “as ações em geral caem porque o anúncio da oferta de ações geralmente vem num preço abaixo do valor de mercado, porque se vier num preço acima ninguém vai aderir”.
Beto cita ainda dois motivos principais para os papéis caírem depois do comunicado de follow-on. O primeiro seria que as pessoas esperam para comprar a ação, para comprar no follow-on; o outro é que, eventualmente, as pessoas até vendem os papéis no mercado a fim de participar da oferta subsequente de ações e tentar pegar a ação um pouco mais barata.
No entanto, o fato das ações oscilarem depois do anúncio da oferta não significa que o follow-on é bom ou ruim. “O que diz se a oferta vai ser boa ou ruim é, na verdade, se as pessoas vão aderir à oferta ou não”, disse Beto.
“Eventualmente, se as pessoas não aderirem ao follow-on; pelo menos se [não] tiver uma adesão relevante, a empresa tem que cancelar o follow-on e tentar procurar outros meios de conseguir dinheiro”, completou.