A importância da macroeconomia nos investimentos: impactos no curto e longo prazo

macroeconomia

As condições macroeconômicas de um país influenciam diretamente os mercados financeiros e, consequentemente, o desempenho das aplicações.

Beto Saadia, planejador financeiro e especialista em alocação da Nomos, explica que um dos principais agregadores da macroeconomia para os investimentos é ajudar na produção de uma carteira de investimentos diversificada. 

Segundo o especialista, a carteira, quando diversificada, anula os efeitos das políticas macroeconômicas: “quando você monta uma carteira de investimento, principalmente pensando no longo prazo, você diversifica as estratégias, e até mesmo os países em que investe”, afirma Beto.

Conceito de macroeconomia

A macroeconomia é um campo de estudo que busca entender como a economia de um país funciona de modo geral, analisando fatores como inflação, taxas de juros, desemprego e crescimento econômico. 

Para o especialista em macroeconomia Marco Ferrini, da Benndorf Research, as políticas macroeconômicas influenciam diretamente nas estratégias de investimento, já que compõem os instrumentos que os governos e bancos centrais possuem para influenciar na economia.

Embora as estratégias de investimento estejam geralmente mais conectadas a fatores microeconômicos, em função do desempenho de empresas, essas companhias estão inevitavelmente ligadas à economia geral, e portanto, podem ser beneficiadas ou prejudicadas de acordo com o rumo das políticas macroeconômicas.

Isso ocorre porque a macroeconomia fornece uma visão geral da saúde econômica de um país e pode afetar diversos setores da economia, incluindo o mercado de ações, o imobiliário e o mercado de títulos. 

O objetivo da macroeconomia nos investimentos

Diversos elementos da macroeconomia, como o crescimento econômico, a inflação, as taxas de juros e de câmbio, podem afetar os fundamentos de uma ação. 

De acordo com o planejador financeiro consultado pelo TradeNews, caso o investimento seja focado no curto prazo, é preciso considerar os fatores macroeconômicos em como eles afetam essa ação.

Por exemplo, taxa de juros mais altas afetam diretamente as companhias do setor de consumo, assim como câmbio também influencia empresas ligadas a commodities.

Em contrapartida, caso o governo reduza as taxas de juros, tende a haver estímulo da atividade econômica e consequente aumento dos lucros das empresas – tornando oportuno o investimento em setores cíclicos. 

Outro fator importante é a análise da taxa de câmbio, que sugestiona o desempenho dos investimentos internacionais. Se a moeda de um país se valoriza em relação a outra, os investidores podem optar por investir em ativos desse país, afinal se tornam mais atraentes.

A influência da macroeconomia no curto e longo prazo

Na visão do macroeconomista Marco Ferrini, o cenário macroeconômico é capaz de gerar impactos de longo prazo no mercado financeiro que podem ser difíceis de detectar no curto prazo.

Mudanças demográficas, inovações tecnológicas e eventos geopolíticos podem ser fontes desses efeitos, que estão associados ao grau de incerteza que esses eventos geram e como impactam a sociedade e a economia, positiva ou negativamente.

Exemplo disso foi a popularização dos computadores e da internet nas décadas de 80 e 90, que possibilitou avanços monumentais de produtividade e comunicação, mas foram sendo precificados aos poucos.

Portanto, segundo Ferrini, é essencial considerar esses efeitos de longo prazo ao tomar decisões de investimento, mesmo que sejam difíceis de prever.

Na contramão dessas perspectivas, Beto Saadia afirma que o efeito do cenário macroeconômico no mercado financeiro é principalmente de curto prazo, apesar de ressalvas. 

Existem casos específicos que acabam sendo de longo prazo, principalmente quando esses países têm problemas estruturais que podem afetar as aplicações.

A Venezuela, a Argentina, a Rússia e a Ucrânia são exemplos de países que possuem fatores macroeconômicos que podem ser muito ruins a longo prazo.

“Quando montamos uma carteira de investimentos, esperamos que esses países estejam pelo menos em uma situação minimamente estável nos próximos 10 ou 20 anos”, declarou Beto.

 

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