Balanço da WEG [WEGE3] supera expectativas, mas empresa continua um case caro na visão de analistas

As ações da Weg [WEGE3] fecharam em alta de 5,48% nesta quarta-feira (19), a R$ 37,91, em reação do mercado ao balanço trimestral da companhia. A fabricante de baterias aumentou seu lucro em praticamente 50% na comparação anual, mas, apesar da alta de hoje, as ações continuam em viés baixista no gráfico diário.

Leitura do balanço

Os resultados vieram fortes na visão da XP Investimentos, que reiterou uma visão positiva sobre a WEG. Analistas da corretora destacaram uma melhoria no desempenho da receita e números de rentabilidade “impressionantemente mais altos”.

Para a XP, os números do 3T23 podem fornecer algum alívio para as ações após o recente desempenho negativo. WEGE3 vem caindo nos últimos três meses. Todavia, os dados também apontaram desaceleração da receita e acomodação das margens.

Além, prosseguiu o relatório, uma potencial tributação mais alta no Brasil e reposicionamento dos investidores em nomes expostos no mercado doméstico ante um ciclo de juros mais baixos são preocupações válidas para a tese de investimento da companhia.

Em concordância, a Benndorf Research definiu o balanço da WEG no 2T23 como “mais um ótimo resultado”, ante melhora de margens e recuperação no crescimento de receitas, o que não havia ocorrido no trimestre imediatamente anterior.

“Os desafios apresentados seguem os mesmos, com algumas linhas do negócio desacelerando, notadamente a de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia, no mercado interno, após algumas mudanças regulatórias.”

Adicionalmente, a performance no mercado externo também já demonstra sinais de fraqueza econômica no resto do mundo. Com o resultado acima das expectativas, a Benndorf espera uma reação positiva do mercado no curto prazo.

O que fazer com WEGE3

Para o longo prazo, a Benndorf reiterou recomendação “neutra” para WEGE3, por acreditar que a empresa continua negociando a um valuation pouco atrativo.

Negociada a 25x P/L, WEGE3 “não é nenhuma barganha, longe disso”, descreveu Max Bohm, estrategista de ações da Nomos Investimentos. A empresa é um case caro, pondera, mas o encarecimento progressivo deve-se à “operação estelar”, de muita qualidade, da WEG.

O balanço do segundo trimestre superou as estimativas em receita, Ebitda e lucro líquido – “tudo isso mesmo com o dólar mais fraco”, frisa Max, lembrando que 54% da receita da WEG advém das exportações e operações no exterior.

Entre os grandes players, as recomendações de investimento em WEGE3 são difusas. Variam desde as recomendações de “compra” de casas como Credit Suisse e Citi, passam pelas “neutra” do Itaú BBA e Santander, e vão até um categórico “venda” do Goldman Sachs.

Já quando se trata de day ou swing trade, o cenário é mais certo. As ações seguem em tendência de baixa no gráfico diário. “É um papel que tem diminuído muito o volume de negociação, mostrando uma falta de interesse de grandes players de negociar o ativo”, descreve Filipe Borges, analista técnico da Benndorf Research. No gráfico semanal, acrescenta, já há uma confirmação de um topo duplo em WEGE3.

Filipe recomenda aguardar uma correção do papel até a região entre R$ 30 e R$ 29 para avaliar novas compras. “Até corrigir no curto prazo, não vejo nenhuma oportunidade no ativo.”

Aos investidores já comprados, um bom stop para proteger as posições ficam entre R$ 35 e R$ 34,99. Caso WEGE3 volte a subir, o alvo dessa movimentação de curto prazo deve ser na região dos R$ 41.