DISCLAIMER: o texto a seguir trata apenas da opinião do autor e não necessariamente reflete a opinião institucional da Nomos Investimentos ou do TradeNews.
Quero complementar a visão que Max Bohn trouxe na semana passada sobre a queda recente dos mercados trazendo a visão macroeconômica da história.
Max comentou sobre:
1) os resultados do 2T23 terem vindo aquém do esperado entre varejistas;
2) a Vale como uma empresa com grande peso no índice Ibovespa estar decepcionando (i.e. China em momento ruim);
3) o fluxo de investidores gringos estar saindo de bolsa Brasil;
Os dois primeiros pontos foram especifico em relação a empresas (microeconomia) enquanto o último um reflexo do ambiente de negócios (ou macroeconomia).
Quero complementar essa visão aprofundando o que tem ocorrido no mundo. Depois dos resultados do trimestre terem saído, e numa entresafra nas novidades de reformas/revisões políticas do status quo (i.e. arcabouço fiscal e reforma tributaria) brasileiro, o que tem afetado o curtíssimo prazo dos ativos brasileiros é sem dúvidas o mercado global.
Como você sabe disso, Rodrigo?
Fácil, basta vermos como o mundo tem andado e se estamos “atrelados” ao movimento global, é porque fomos influenciados por ele.
Vamos aos EUA. Bolsa. S&P500 e Nasdaq. Desde 31 de julho, ambas as bolsas americanas engataram uma correção de baixa.
O mesmo pode ser dito de bolsas europeias — veja o Stoxx 600 — e das bolsas chinesas — HSI (para estrangeiros) e o HSI China A (empresas locais).
Com isso, quando comparamos o Ibovespa com essas bolsas, vemos até que caímos pouco (4,75% em BRL) em moeda local e mais em global (9,6% em USD). O grande efeito do câmbio é mais uma sinalização de que o evento causador do movimento é global.
O que isso significa? Que os mercados estão sendo ditados pelos maus humores globais. Entre os motivos, não há novidades, mas destacamos:
– EUA – FED mais hawkish do que esperado em sua última comunicação, atestando que a inflação está longe de estar domada (atividade e mercado de trabalho americanos ainda mais resilientes do que se esperava), o que pode trazer mais juros em dólar;
– China – continua na difícil tarefa de reacelerar a economia e passos, como queda de juros, foram dados, mas ainda não se viu respostas.
Desemprego alto entre jovens e queda dos retornos marginais de se investir em imobiliário no pais são apenas sintomas de que o modelo tradicional de crescimento chinês usado ate aqui pode ter se esgotado.
Há até quem diga que devemos olhar para o Japão e considerar o caminho chinês parecido com o do Japão, após o estouro da bolha imobiliária no início dos anos 90 e que resultou em uma estagnação da economia japonesa que se sente até hoje;
– Europa – nenhuma grande notícia nova vinda do velho continente, além das mazelas já conhecidas de menor competitividade, crise com a guerra da Rússia x Ucrânia.
Mais que isso, estamos conectados umbilicalmente ao mundo. E gostemos ou não, sofremos e rimos (nem sempre) juntos.
Para quem tem exposição a mercados de risco globais, temos sugerido, na Nomos, proteção via put S&P. Pode também ser usado como posição especulativa a aproveitar o cenário desenhado.
Quer mais informações, procure seu assessor ou os canais da Nomos e te ajudaremos a navegar esse momento.