Follow-on de AMBP3 é notícia “muito ruim” para Max Bohm; Benndorf segue com visão atrativa para fundamentos

Com mais de 13% de queda, as ações da Ambipar [AMBP3] renovaram mínimas históricas nesta sexta-feira (20), cotada a R$ 16,15 no fechamento. O tombo veio após a empresa protocolar na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pedido de registro de oferta pública de 30 milhões de novos papéis. 

O follow-on deve totalizar montante mínimo de R$ 560 milhões, e visa desalavancar a companhia, dado o nível elevado de endividamento após dois anos de intensa agenda de aquisições – 40 no total. 

“Vejo essa notícia como muito ruim”, expressa Max Bohm, estrategista de ações da Nomos Investimentos. Que a Ambipar estava alavancada era fato conhecido, explica. A empresa tem relação dívida líquida/Ebitda acima de 3x. 

“Mas, para ela vir agora a mercado e fazer uma oferta de ações, é porque a situação está apertada.” Como exemplo, Max menciona os covenants da companhia, “que podem estar próximos de estouro”. 

Para o especialista, não faz mais sentido investir em AMBP3 com foco no longo prazo. “Entendo que era um case interessante, mas realmente os fundamentos mudaram”, considerou Max, projetando pressão adicional sobre as ações. 

Painel de recomendações de AMBP3 até 18 de outubro. [Fonte: Bloomberg]

Em relatório a clientes, a Benndorf Research concordou com o prognóstico de desempenho fraco dos ativos nos próximos dias, “haja vista que o follow-on tende a trazer liquidez para os papéis e ancorar o preço das ações em patamares mais baixos”. 

Todavia, os analistas da casa reiteram visão positiva sobre os fundamentos, dado o valuation descontado e potencial de crescimento da companhia. O relatório também cita o comprometimento do acionista controlador de subscrever grande quantidade de ações, “que demonstra a confiança do dono da Ambipar no futuro da empresa”. 

Ainda assim, a Benndorf recomenda redução de exposição ao papel por enquanto, até ser possível observar uma inflexão na tendência. 

Desempenho semanal de AMBP3 de novembro de 2020 a outubro de 2023. [Fonte: Filipe Borges]
Quanto às operações de curto a médio prazo, a recomendação é de “stop imediato” ou, no mínimo, redução de posição.  

AMBP3 confirmou perda do suporte na região dos R$ 17, explica o analista técnico Filipe Borges. Agora, após ficar consolidado em “uma perna dois bem complexa” durante praticamente 11 meses, o ativo engata um pivô de baixa. 

“Com isso, há espaço para quedas mais acentuadas nesse ativo, que tem como alvo a região entre R$ 11,30 e R$ 8,70.” Para quem pensa em aproveitar a queda de AMBP3 para algum trade, Filipe não recomenda posição de compra no ativo. 

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