Produção industrial permanece lenta no Brasil

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A produção industrial brasileira cresceu 0,1% em outubro, em relação a setembro. Na comparação anual, o crescimento foi de 1,2%, marginalmente abaixo das expectativas. Os índices acumulados no ano e nos últimos 12 meses apresentaram variação nula (0,0%).

No período, 14 das 25 atividades pesquisadas e 1 das 4 grandes categorias econômicas avançaram. O impacto positivo mais relevante veio dos produtos alimentícios (1,6%).

Outros segmentos que contribuíram com o resultado foram os produtos farmoquímicos e farmacêuticos (3,7%), e as máquinas e equipamentos (2,4%). Do lado negativo, se destacaram coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,4%) e indústrias extrativas (-1,1%).

Entre as grandes categorias econômicas, apenas os bens intermediários (0,9%) avançaram, confirmando o segundo mês consecutivo de alta. Por outro lado, os bens duráveis (-2,4%) e os bens de capital (-1,1%) tiveram as variações negativas mais intensas, refletindo o impacto ainda elevado dos juros, e caíram pelo segundo mês seguido.

Além disso, os bens de consumo semi e não duráveis (-0,3%) também confirmaram o segundo mês de queda. Em relação a outubro de 2022, 2 das 4 grandes categorias econômicas e 12 das 25 atividades pesquisadas tiveram variação positiva. Vale destacar que outubro desse ano teve um dia útil a mais do que outubro de 2022.

Entre as atividades, as principais influências positivas no total da indústria foram registradas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (10,8%), beneficiados pela maior produção de diesel e gasolina, e produtos alimentícios (4,3%), que foram alavancados principalmente pela carne bovina e açúcar.

Na mão contrária se sobressaíram veículos automotores, reboques e carrocerias (-7,1%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-15,6%) e máquinas e equipamentos (-6,5%), novamente reforçando o peso dos juros sobre os segmentos de alto valor agregado.

Entre as grandes categorias econômicas, os bens de consumo semi e não duráveis (4%) e os bens intermediários (1,3%) ficaram com as variações positivas, enquanto os bens de consumo duráveis (- 3,2%) e os bens de capital (-10,3%) ficaram no negativo.

É evidente que a indústria brasileira continua em ritmo mais lento e enfrenta dificuldades, muito em função dos juros ainda bastante altos e do fato que a população não retomou o consumo de bens de forma mais expressiva em meio ao aperto na renda causado pelo endividamento, inadimplência e pela inflação.

Sendo assim, entendemos que o setor secundário continuará enfrentando dificuldades no curto prazo, mas tende a melhorar à medida que a taxa de juros cai e o consumo ganha ritmo.

[Fonte: Benndorf Research]

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