Ata do Copom reforça economia resiliente e inflação incerta

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Na ata da reunião da semana passada do Copom pudemos ver detalhes relevantes para avaliação da condução futura da política monetária pelo Comitê e a confirmação de algumas ideias que já pareciam mais evidentes no comunicado inicial.

Em um primeiro momento, vemos a manutenção do cenário externo pelo Comitê, sendo esse de mais volatilidade em função do início dos debates sobre o início dos ciclos de cortes de juros, com destaque para os Estados Unidos aqui, visto que apresentam maior grau de incerteza em sua trajetória deflacionária.

Na sequência, o Copom comenta sobre a conjuntura interna e volta a pontuar que o mercado de trabalho seque aquecido, os rendimentos reais aceleraram e a inflação continua perdendo ritmo.

Além disso, também há projeção de consumo resiliente em função do aumento do salário mínimo, da redução do impacto da contração monetária ao longo do tempo, de transferências fiscais e do ciclo de crédito em fase de retomada.

O órgão menciona ainda surpresas positivas em indicadores de atividade que causaram a elevação da projeção de crescimento para o trimestre, destacando o início de ano mais resistente da economia brasileira, como vínhamos comentando. Por fim, com a retomada do crédito, redução dos juros e o relaxamento das condições financeiras, o Copom prevê um cenário mais favorável para o investimento em 2024.

Em relação à inflação, o Comitê pontua que a dinâmica desinflacionária não divergiu significativamente do que era esperado, mas o cenário se mostra mais incerto em função da inflação de serviços, em particular em itens intensivos em trabalho.

Nesse sentido, os membros concordaram unanimemente pela necessidade de uma política monetária contracionista e cautelosa para reforçar a dinâmica desinflacionária. Outro ponto que colaborou para isso foi o fato das expectativas seguirem desancoradas.

Diante dessas circunstâncias, o Copom optou por fazer uma indicação para a decisão de junho que refletisse o aumento da incerteza e ao mesmo tempo evitava uma sinalização tardia que poderia causar volatilidade excessiva.

De modo geral, apesar da postura mais cautelosa da autoridade monetária, a avaliação de um cenário interno mais forte do que se esperava nesse início de ano é um sinal positivo para a economia brasileira, que deve continuar ganhando tração à medida que os juros forem caindo e os cortes anteriores fizerem efeito.

Ao mesmo tempo, é preciso seguir atento às trajetórias de inflação dos Estados Unidos e do Brasil e possíveis efeitos na condução das políticas monetárias.

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