Temporada de balanços: o que esperar?

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por Luís Gustavo Novais 

 

A temporada de balanços trimestrais já começou, mas se intensifica nesta semana, com resultados de gigantes como Vale [VALE3], Usiminas [USIM5] e Suzano [SUZB3]. A alta do dólar e os juros, são drivers importantes para o alinhamento de expectativas em relação à temporada.

Para Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed, a temporada de balanços traz diversos elementos de incerteza.

As empresas ligadas ao consumo tendem a sofrer com juros elevados, e a disputa com gigantes do setor pode impactar negativamente algumas empresas do varejo. “Juros elevados e a forte concorrência de grandes players do e-commerce, como Shopee, Mercado Livre e Amazon, devem impactar negativamente algumas empresas do varejo”, comentou.

Os juros não foram os únicos a subirem. O dólar se valorizou 2,6% nos últimos três meses, e essa alta pode influenciar fortemente os resultados, tanto para o “bem” quanto para o “mal”.

“O dólar mais alto tende a prejudicar empresas com custos atrelados ao câmbio, enquanto beneficia empresas exportadoras, como WEG, Embraer e Suzano”, complementou o sócio da Quantzed.

Além disso, o Bank of America divulgou em relatório que espera um relato de bom desempenho para o setor financeiro, ainda que algumas bandeiras amarelas tenham surgido.

“Esperamos que o impulso de lucro permaneça robusto, apoiado pelo sólido crescimento da receita líquida de clientes e pela qualidade estável dos ativos”, informou a equipe do BoFA.

Entretanto, a evolução da receita líquida de clientes, as NPLs (Non-Performing Loan – referente a empréstimos que não foram pagos na data acordada) e o apetite de crédito das administrações considerando um macro incerto, acenderam uma luz no radar do banco americano.

Foco do mercado

Para finalizar, o diretor de research da Quantzed ainda elencou os balanços mais esperados pelo mercado:

– Vale: a companhia de principal peso individual no Ibovespa nunca passa despercebida. A queda no preço do minério de ferro observada em agosto, somada aos estímulos econômicos do governo chinês no fim de setembro, gera uma grande expectativa no mercado.

– Petrobras: a empresa registrou um prejuízo no segundo trimestre de 2024, situação que não acontecia desde 2020. O mercado estará atento aos resultados do terceiro trimestre, avaliando possíveis alterações na política de distribuição de dividendos.

– Setor de construção de baixa renda: esse segmento tem se destacado na bolsa em 2024, com empresas como Plano&Plano [PLPL3], Direcional [DIRR3] e Cury [CURY3] apresentando resultados superiores às construtoras de média e alta renda, como Cyrela [CYRE3] e EzTec [EZTC3]. Investidores acompanham atentamente indicadores como lançamentos, vendas e distratos para avaliar a continuidade desse bom desempenho.

A Moura Dubeux também chama atenção do mercado por seus bons resultados recentes.

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