Preço barato e dividendos gordos: Vale [VALE3]

vale minerio de erro

por Luís Gustavo Novais

 

A Vale [VALE3] passou por percalços no ano de 2024, registrando uma queda de mais de 18% no ano. Ainda assim, analistas acreditam que esse é um bom momento para investir nas ações da mineradora. 

Com um valuation atrativo, a compensação financeira pelo preço pago por ações da companhia se mostra bem interessante. Sendo negociada a 3,8x EV/EBITDA, a empresa ainda deve distribuir algo próximo a 10% de Dividend Yield nos próximos meses.

“Entendemos que VALE3, neste momento, está atrativa e oferece uma boa margem de segurança para os investidores”, afirmaram os estrategistas de ações CNPI, Max Bohm e Reydson Mattos, em relatório divulgado pela Benndorf Research. 

Quando colocada em comparação com seus pares internacionais, o desempenho da mineradora fica para trás nos últimos dois anos, o que, na visão dos analistas, pode levá-la a aparecer (de maneira benéfica) no radar de investidores estrangeiros.

Adicionalmente, a possibilidade de um grande pacote de estímulos fiscais por parte do governo da China, maior consumidora de minério de ferro, cobre, níquel, alumínio e outros metais, que vê sua economia desacelerada, é favorável à Vale.

No gráfico, é o momento de comprar? 

Com um volume de negociação diminuindo ao longo dos meses, é possível perceber que VALE3 não se mostra atrativa no curto prazo. 

Entretanto, ao olhar o gráfico mensal, ou até mesmo semanal, percebe-se que está dentro de um range de consolidação longa entre R$ 57,00 e R$ 83,00, desde 2020, e o baixo volume de negociações diminui a possibilidade de rompimento da lateralidade para queda. 

Gráfico mensal VALE3 [Fonte: Filipe Borges/ProfitPro]
Por isso, Filipe Borges vê oportunidade de compra para VALE3, com alvo de R$ 83,00. 

Por que o desempenho ruim no ano? 

Uma convergência de eventos resultou no mau desempenho da empresa neste ano, entre eles, a indefinição a respeito da escolha do novo presidente da companhia. O caso teve resolução apenas na segunda metade do ano, quando Gustavo Pimenta foi nomeado CEO. 

Além disso, a falta de força na economia da China, maior consumidora de minério de ferro do mundo, atrapalhou os negócios da mineradora. A animosidade chinesa afetou diretamente o preço do minério de ferro ao longo do ano, levando-o a menos de US$ 100. 

Por fim, as consequências do desastre de Mariana, que se arrastaram por 10 anos antes de sua definição em 2024. A incerteza quanto ao tamanho da multa a ser paga pela Samarco (controlada pela Vale e BHP) para reparar os danos do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, Minas Gerais, foi resolvida com um acordo no valor de R$ 170 bilhões, sendo R$ 100 bilhões parcelados ao longo dos próximos 20 anos.

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