por Lucas Rego
Sempre que temos algum acontecimento que gera variações maiores em ativos como juros e dólar é muito normal pessoas sentirem uma necessidade para ajustar suas carteiras de acordo com o novo cenário. Isso pode fazer todo sentido, mas eu convido o investidor a se fazer o seguinte questionamento: o quanto quero que meu portfólio dependa da opinião sobre o cenário futuro?
Vamos falar de Renda Fixa, em especial, títulos de tesouro, como exemplo. Vamos tratar quais seriam dois extremos diferentes de como tratar projeções e futuro:
A) Analisar o cenário atual e buscar como maximizar os retornos: normalmente isso é feito se olhando relatórios do COPOM ou de bancos, cada um com sua previsão de juros e inflação. Com base nas premissas se escolhe os títulos que trazem maior retorno. Se há previsão de queda de juros, o normal é focar em prés, normalmente com prazos de vencimentos longos (de forma a maximizar o retorno as oscilações a mercado).
B) Diversificar em prazos e títulos diferentes: Nesse caso partimos da premissa que as previsões não adiantam muita coisa e não consideramos que elas estão corretas. Para se evitar riscos se misturam vários títulos e indexadores diferentes, fazendo uma grande diversificação. Os prazos também tendem a ser mais curtos, de forma a evitar prejuízos caso os juros vão na direção contrário ao que o esperado.
Essencialmente os dois modelos acima dependem principalmente de uma questão simples: o quanto você coloca de confiança em previsões, seja suas ou de outros?
No primeiro exemplo, teremos um retorno máximo caso as previsões estejam corretas e um prejuízo se estiverem erradas. No segundo caso, a preocupação é evitar ao máximo o risco de prejuízos, mas se abre a mão de possíveis retornos muito elevados.
Cada investidor deveria primeiro debater qual modelo se adequa com ele antes de abrir qualquer relatório sobre cenário.
O texto trata apenas da opinião do autor e não necessariamente reflete a opinião institucional da Nomos Investimentos ou do TradeNews.