Panorama de 23 a 28 de março
O Ibovespa encerrou a semana com alta de 2,63%, consolidando sua terceira semana consecutiva de ganhos, após avanços de 3,14% e 1,82% nos períodos anteriores. Com isso, o índice acumula valorização de 10,03% em 2025 e 7,77% somente em março. O fluxo estrangeiro para a B3 foi um dos principais motores da alta, refletindo a rotação de ativos após ajustes nos mercados americanos.
Na próxima semana, o mercado deve continuar monitorando os desdobramentos da política monetária, especialmente após a recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). A divulgação da ata do Copom e do IPCA-15 de março será crucial para avaliar os próximos passos da taxa Selic. Além disso, o Relatório de Política Monetária, que substitui o Relatório Trimestral de Inflação, fornecerá novos insights sobre as perspectivas econômicas do Banco Central. Nos Estados Unidos, indicadores como a Confiança do Consumidor e o índice PCE de inflação também serão monitorados pelos investidores.
Panorama do Ibovespa
O Ibovespa registrou uma forte alta nesta semana, oscilando entre 132 mil e 133 mil pontos nos últimos dias. Esse movimento pode indicar um período de consolidação do mercado após a expressiva valorização recente. “O índice subiu cerca de 11 mil pontos nos últimos oito pregões, saindo da mínima de 122 mil até os atuais 133 mil pontos. Esse descanso é natural e não significa uma reversão de tendência, mas acende um alerta para uma possível correção de curto prazo”, explica Filipe Borges, analista técnico da Benndorf Research.
Caso ocorra um ajuste, Borges destaca que a região entre 128 mil e 129 mil pontos pode servir como suporte para uma estabilização. No entanto, se o índice ultrapassar os 133 mil pontos, o próximo objetivo no curto prazo está em 137.300 pontos. “Se o mercado romper essa resistência, teremos um novo fôlego para altas adicionais”, completa o analista.
Dicas de Trades
Disney [DISB34]
As ações da Disney estão sendo negociadas próximas ao ponto de entrada na operação sugerida, em R$ 37,95, com um stop definido em R$ 36,99. O ativo apresentou forte valorização no último ano, subindo de R$ 31 para R$ 47 — um avanço de 54% — antes de passar por uma correção técnica saudável.
“Atualmente, a ação se encontra em uma região de suporte relevante e apresenta sinais de reversão pelo gráfico de 60 minutos, com um padrão de fundo triplo”, destaca Borges. Com essa configuração técnica, a expectativa é que a ação busque um alvo final de 16% de valorização, mantendo um stop curto na casa dos 3%, o que torna a operação atrativa para investidores que buscam oportunidades no curto prazo.
Petrobras[PETR4]
Os papéis da Petrobras seguem em trajetória ascendente, sustentando o suporte na região de R$ 33,70, conforme destacado na semana anterior. Com essa movimentação, o próximo alvo para o ativo fica na faixa dos R$ 38,38. Caso esse patamar seja rompido, o papel pode buscar um novo teto entre R$ 40 e R$ 41.
“É importante que o ativo mantenha-se acima do suporte de R$ 33,70. Caso contrário, o cenário pode se inverter e indicar uma possível reversão de tendência”, alerta Borges. A movimentação das ações da estatal também deve acompanhar os desdobramentos do cenário macroeconômico e do mercado de commodities.
ETF Hashdex [HASH11]
O ETF Hashdex Nasdaq começa a dar sinais de fundo, especialmente com a Ethereum se posicionando em uma região historicamente sobrevendida. O ativo vem respeitando a marca de R$ 65,40, apontando para uma possível nova oportunidade de compra após a recente correção.
“Mesmo com uma queda de 30% a 35%, esse tipo de correção é comum quando olhamos para o histórico do Bitcoin e da Ethereum, que compõem grande parte deste ETF. Antes disso, tivemos uma valorização de cerca de 130%, então esse ajuste pode ser considerado saudável dentro de uma tendência maior de alta”, explica Borges. Caso a movimentação positiva se confirme, o ETF pode retomar uma trajetória ascendente nas próximas semanas.
Indicadores econômicos
Segundo Leandro Manzoni, economista do Investing, os dados da semana serão determinantes para ajustar as projeções da taxa Selic, atualmente estimada entre 14,75% e 15% ao final do ano. Caso o IPCA-15 venha acima do esperado e os números do mercado de trabalho sejam positivos, pode ganhar força a expectativa de novas altas nos juros. Por outro lado, uma inflação mais baixa e um mercado de trabalho enfraquecido podem levar a um ajuste menor na taxa terminal.
Nos EUA, o principal foco será o índice PCE, previsto para sexta-feira, que pode influenciar as expectativas sobre a trajetória dos juros pelo Federal Reserve. Se os dados vierem acima das projeções, os investidores podem reduzir a expectativa de cortes de juros neste ano, elevando a cautela nos mercados. Já uma inflação abaixo do esperado pode reforçar o cenário de duas a três reduções na taxa básica americana ao longo de 2025.
Calendário Macroeconômico
Balanços
