Próxima semana tem Ata do Copom e oportunidade em NVDC34

A partir das cartas de gestores e de pesquisa interna da XP Investimentos, o TradeNews teve acesso às perspectivas das principais gestoras de fundos do Brasil para o cenário político-fiscal do país do próximo ano

Panorama de 22 a 28 de junho de 2025

A próxima semana de junho promete ser marcada por forte cautela nos mercados globais. O cenário geopolítico instável, com o conflito entre Israel e Irã pressionando os preços do petróleo, e o retorno de tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, adicionam tensão ao ambiente financeiro e dificultam a avaliação de riscos por parte dos investidores.

A combinação desses fatores aumenta a complexidade também para os bancos centrais. Apesar da agenda carregada de discursos de autoridades do Federal Reserve (Fed), do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE), o sentimento de incerteza deve persistir nos mercados.

Mesmo com a dissipação dos temores de recessão nos Estados Unidos, graças a dados que indicam avanço econômico, o risco de um cenário de baixo crescimento combinado a uma inflação ainda elevada continua rondando o radar dos analistas. Nesse ambiente, a tomada de decisões de investimento segue desafiadora, o que pode manter o apetite por risco limitado nos próximos dias.

Panorama do Ibovespa 

O Ibovespa iniciou esta quinta-feira com viés negativo e manteve uma trajetória de queda ao longo do pregão. De acordo com Filipe Borges, analista técnico da NMS, o índice opera em baixa de cerca de 1,25%, refletindo a reação do mercado à elevação da taxa Selic anunciada pelo Banco Central. “O mercado não reagiu bem à decisão, e isso pesou sobre o comportamento do índice hoje”, afirmou Borges. Apesar da queda, o analista destaca que o gráfico diário ainda aponta para uma tendência de alta, já que o índice permanece acima da média exponencial de 27 períodos. Para ele, a região dos 140 mil pontos agora se consolida como resistência clara, com potencial de avanço até os 142 ou 143 mil pontos se for rompida. Do lado do suporte, os níveis de 135.600 e 134.100 pontos são os principais pontos de atenção. “Não me surpreenderia se o Ibovespa entrasse em uma lateralização entre 135 e 140 mil pontos nas próximas semanas”, avaliou.

Dicas de Trades

Banco do Brasil [BBAS3]

O Banco do Brasil continua em tendência de baixa, de acordo com análise gráfica de Filipe Borges. Embora alguns investidores vejam o papel como descontado com base em fundamentos, o movimento técnico ainda é negativo. “Muita gente acha que está barato, mas o papel segue pressionado. A expectativa com os próximos resultados tem mantido a postura mais vendedora”, disse o analista da NMS. No gráfico diário, a tendência de queda é clara, e nem mesmo no gráfico de 60 minutos houve sinal de reversão consistente. Borges aponta que o papel voltou a operar abaixo das médias móveis desse tempo gráfico, reforçando a fraqueza no curto prazo. No entanto, ele observa uma região relevante entre R$ 19,00 e R$ 17,50 no gráfico mensal que pode representar uma oportunidade futura: “Essa faixa tem uma retração importante que pode funcionar como suporte e gerar um belo gatilho de compra”, explicou.

Vale [VALE3] 

O gráfico da Vale também é destaque entre os investidores, mas, segundo Filipe Borges, ainda não há sinal técnico de compra. “A Vale ativou um pivô de baixa com alvo projetado em R$ 48,30, e está muito longe de qualquer rompimento relevante”, afirmou. O papel segue pressionado por uma longa linha de tendência de baixa (LTB) que se estende desde 2023. Para Borges, essa LTB é a principal referência técnica no momento: “O gráfico da Vale está até fácil de ser lido agora. Só teremos uma compra clara quando houver o rompimento da LTB principal”, comentou. Caso essa quebra ocorra, ele vê potencial de valorização com alvo na casa dos R$ 80. No entanto, alerta: quanto mais tempo a ação levar para romper essa barreira, mais fraca ela estará no curto prazo, embora o upside fique mais interessante.

Nvidia [NVDC34]

A ação da Nvidia negociada na B3 via BDR apresenta uma configuração técnica promissora, segundo Borges. O ativo vem operando acima das médias móveis e consolida-se desde o início de junho. Para o analista da NMS, a região dos R$ 16,90 representa um gatilho claro para entrada: “Se romper os R$ 16,90 com força, o papel pode buscar os R$ 19,10 inicialmente, com projeções ainda mais ambiciosas entre R$ 28 e R$ 30”, destacou. Por outro lado, Borges alerta para a perda do suporte em R$ 15,80, que anularia o cenário positivo: “Se perder esse patamar antes do rompimento, o cenário comprador se desfaz”, concluiu.

Indicadores econômicos

A próxima semana deve ser marcada por incertezas nos mercados globais, segundo o economista Leandro Manzoni, do Investing.com. Apesar do tom mais ameno do comunicado do Fed ao manter os juros entre 4,25% e 4,5%, o presidente Jerome Powell voltou a alertar para riscos inflacionários ligados às tarifas de Trump, reforçados no relatório de política monetária entregue ao Congresso.

Com o aumento das tensões no Oriente Médio elevando o preço do petróleo, os dados do índice PCE, previstos para sexta-feira (27), terão impacto limitado, a não ser que indiquem forte aceleração da inflação. O depoimento de Powell no Congresso, na terça (24) e quarta (25), deve manter o discurso cauteloso, enquanto apostas de corte de juros seguem divididas: investidores projetam dois cortes em 2024, enquanto economistas veem apenas um, em dezembro.

No Brasil, os olhares se voltam para a ata do Copom, também na terça-feira, após a Selic ser elevada a 15% ao ano. O documento deve indicar por quanto tempo os juros devem permanecer altos. “Indicadores como o IPCA-15 e os dados de emprego de maio vão influenciar as expectativas para um possível corte em 2026”, destaca Manzoni. A fragilidade fiscal segue como obstáculo à desinflação. No exterior, os PMIs da zona do euro, EUA, Reino Unido e Japão, além da inflação japonesa e o PIB argentino, completam a agenda.

Calendário Macroeconômico

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