Prévia 2T25: varejo mostra sinais de fôlego

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Com a aproximação da temporada de balanços do segundo trimestre de 2025, os bancos BTG Pactual e Safra destacam tendências positivas no setor de varejo, ainda que com nuances entre segmentos e desafios estruturais à frente. Segundo os analistas das duas casas, empresas do varejo farmacêutico, alimentar e de vestuário devem apresentar avanço de receita e margens, impulsionadas por ganhos operacionais, expansão de lojas e melhora no consumo, mas a alavancagem e o ambiente macroeconômico ainda impõem limites ao entusiasmo.

Farmacêuticas e varejistas de alimentos: protagonismo no Safra

De acordo com relatório assinado por Vitor Pini, Tales Granello e Renan Sartorio, o Banco Safra projeta um trimestre positivo para o varejo farmacêutico e alimentar. No setor de drogarias, empresas como Panvel [PNVL3] e Pague Menos [PGMN3] devem reportar crescimentos robustos de receita (21% e 16% ano a ano, respectivamente) com expansão de margens EBITDA, mesmo diante de reajustes menores nos preços da CMED.

A RD Saúde [RADL3], por outro lado, deve registrar uma performance mais modesta, com alta de 12% na receita bruta, mas queda de 83 pontos-base na margem EBITDA, pressionada por custos e aumento de furtos no Sudeste. Apesar disso, o banco aponta melhora sequencial na rentabilidade, o que pode sinalizar recuperação nos próximos trimestres.

Na indústria farmacêutica, o cenário é mais heterogêneo. A Blau [BLAU3] deve se destacar com crescimento de 7% na receita líquida e melhora expressiva na margem EBITDA, impulsionada pela recuperação nos preços da imunoglobulina. Já a Hypera [HYPE3] ainda sente os efeitos de uma reestruturação em seu capital de giro, com queda projetada de 3% na receita e recuo de 170 pontos-base na margem EBITDA.

No varejo alimentar, os holofotes recaem sobre o Grupo Mateus [GMAT3], cuja receita deve crescer 14% com abertura de 17 novas lojas. O Assaí [ASAI3] também deve apresentar alta de 8% na receita, enquanto o GPA [PCAR3] deve continuar melhorando operacionalmente, embora sua alavancagem ainda pese no lucro.

BTG vê avanço nas margens e aposta em recuperação gradual

Já o BTG Pactual aponta para uma retomada gradual no varejo, com melhora sequencial em relação ao primeiro trimestre de 2025. Os analistas Luiz Guanais, Yan Cesquim, Pedro Lima e Luis Mollo destacam crescimento de dois dígitos em receita líquida para players como Renner (+16%), C&A (+19%) e Vivara (+20%), com destaque para o avanço das margens operacionais em todos esses casos.

A Azzas [AZZA3], apesar da reestruturação do portfólio, também deve mostrar crescimento de 12% na receita. Por outro lado, o Grupo SBF [SBFG3] deve ter desempenho mais tímido, com alta de 6% na receita, mas queda nas margens bruta e EBITDA, impactadas por maior competição e menor eficiência operacional.

No setor de farmácias, o BTG também prevê alta de 11% na receita líquida da Raia Drogasil, mas queda de 100 pontos-base na margem EBITDA, em linha com as projeções do Safra. Entre os nomes do e-commerce e tecnologia, o Magazine Luiza [MGLU3] deve ter um trimestre estável, com leve alta no GMV consolidado (+1%) e avanço de 5% nas vendas mesmas lojas.

SmartFit [SMTF3] e Petz [PETZ3] são citadas como casos de crescimento. A rede de academias deve avançar 31% em receita líquida, ainda que com leve compressão de margem. A Petz, por sua vez, deve crescer 9%, com expansão de 90 pontos-base na margem EBITDA.

Expectativas e riscos à frente

Apesar dos bons sinais no trimestre, os dois bancos mantêm cautela em relação ao setor. O Safra chama atenção para o impacto de despesas financeiras elevadas sobre os lucros líquidos das companhias, mesmo com melhorias operacionais. Já o BTG destaca que o ritmo de valorização das ações dependerá da continuidade da queda dos juros reais de longo prazo e de revisões positivas nas projeções de lucros.

“Embora os múltiplos não estejam mais em níveis de crise, ainda são atrativos, especialmente se houver um ciclo de corte de juros mais acelerado em 2026”, afirma o BTG. Entre os papéis preferidos da casa estão SmartFit, Mercado Livre, C&A, Renner e Azzas.

No geral, o segundo trimestre de 2025 deve confirmar a trajetória de recuperação do varejo brasileiro, ainda que marcada por disparidades entre segmentos e empresas. O desafio, segundo os analistas, será sustentar esse ritmo diante de um cenário macroeconômico que segue exigente.

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