Novo acordo de acionistas da Hypera [HYPE3] reduz risco de venda e fortalece plano de reestruturação

O novo acordo de acionistas da Hypera [HYPE3], anunciado recentemente, reforça o bloco de controle da companhia e reduz as chances de mudanças estruturais no curto e médio prazo, segundo análises do JP Morgan e do BTG Pactual. O movimento envolve os acionistas João Alves de Queiroz Filho (Júnior), o family office mexicano Maiorem e a Votorantim, que juntos passam a controlar 53% do capital da empresa farmacêutica.

De acordo com o JP Morgan, o novo pacto societário não traz surpresas ao mercado, já que os três acionistas já haviam se alinhado na votação do conselho em março. A instituição mantém recomendação de compra (Overweight) para os papéis da Hypera, avaliando que a governança da companhia sai fortalecida e que o foco continuará sendo a geração de valor com base em estoques menores e capital de giro mais eficiente.

O BTG Pactual também vê o acordo como um desdobramento natural, lembrando que a Votorantim já havia participado das últimas decisões em conjunto com o bloco de controle. Com um contrato de 10 anos, a nova estrutura inclui cláusulas que exigem a venda conjunta de ações vinculadas ao acordo, o que tende a trazer estabilidade à gestão.

Ambos os bancos destacam que o cenário de uma possível aquisição da empresa foi praticamente descartado. Para os analistas, a prioridade da Hypera será a execução do plano de reestruturação, com foco na melhoria do fluxo de caixa livre e no crescimento do sell-out, principal indicador do desempenho nas farmácias.

Enquanto o JP Morgan mantém uma postura otimista, o BTG adota uma visão neutra, mas com viés positivo. O banco observa que, caso a companhia consiga sustentar margens operacionais em torno de 35% e acelerar as vendas no varejo, há espaço para valorização relevante das ações, que hoje negociam a múltiplos considerados atrativos.

A reestruturação bem-sucedida, segundo o BTG, pode fazer a Hypera recuperar o ritmo de crescimento do setor e destravar valor relevante para os acionistas.

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