Panorama de 13 a 19 de julho de 2025
Na próxima semana, os mercados devem continuar operando sob forte influência do noticiário político, com menor peso para os dados da agenda econômica. O ambiente segue marcado pela expectativa em torno das decisões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs prazo até julho para avanços nas negociações comerciais com parceiros internacionais.
A possibilidade de novas tarifas entrarem em vigor, caso os acordos não avancem, mantém os investidores atentos às declarações da Casa Branca e às postagens nas redes sociais do presidente americano. A precificação dos ativos, portanto, seguirá sensível a qualquer sinal de endurecimento ou flexibilização da postura do governo dos EUA nas conversas com outros países.
Panorama do Ibovespa
O Ibovespa voltou ao patamar dos 135.500 pontos após cinco pregões consecutivos de queda, movimento que pode sinalizar uma reversão de tendência, segundo Filipe Borges, analista técnico da NMS Research. O índice chegou a tocar os 141.500 pontos antes de iniciar a correção. “Depois de cinco dias seguidos de venda, a probabilidade de o mercado continuar caindo diminui consideravelmente”, afirmou o analista. Ele destaca que, caso o índice perca os 135.500 pontos, pode configurar um padrão de alargamento, sinal gráfico que indica potencial de alta, e não de venda. Borges acredita em uma retomada rumo aos 141.500 pontos, puxada principalmente por ações de peso, como Petrobras e Vale.
Dicas de Trades
Petrobras [PETR4]
As ações da Petrobras encerraram a semana perto da máxima e seguem com viés de alta, de acordo com Filipe Borges. “O papel segurou bem a pressão de notícias e ainda apresentou um bom call de compra”, disse. A operação recomendada pelo analista tem meta parcial em R$ 33,30 e alvo principal em R$ 35,96, com stop em R$ 30,99. Ele também vê potencial para o papel atingir R$ 40,00 no médio prazo. “Acima de R$ 36,40, Petrobras pode entregar mais uma valorização entre 10% e 15%”, projeta.
Vale [VALE3]
A ação da Vale rompeu a principal linha de tendência de baixa e voltou a subir com força, mesmo após realizar parte dos ganhos no pregão anterior. “A reversão de longo prazo pode ser confirmada acima dos R$ 57,00, o que abriria espaço para uma forte valorização”, explicou Filipe Borges. Para ele, a mineradora tem alvos em R$ 58,40, R$ 62,00 e R$ 69,00, com objetivo principal na faixa dos R$ 80,00. “Estamos falando de um upside de cerca de 42% nas próximas semanas ou meses”, apontou.
Hashdex Nasdaq Crypto [HASH11]
O fundo HASH11, que replica o desempenho do índice Nasdaq Crypto, subiu 13% na semana e segue com perspectivas positivas, segundo Borges. O avanço acompanha o movimento de valorização do Bitcoin, que renovou máximas históricas, e do Ethereum, que superou a resistência dos US$ 2.800. “O gráfico semanal e mensal do HASH11 continuam muito favoráveis. O ativo tem espaço para novas altas”, avaliou. O analista destaca resistências em R$ 100, R$ 130 e R$ 150 para os próximos meses.
Indicadores econômicos
A semana entre os dias 13 e 19 de julho será marcada pela divulgação de dados relevantes nos Estados Unidos, na China e no Brasil. Nos EUA, o foco estará nos indicadores de inflação ao consumidor (CPI), na terça-feira (15), e ao produtor (PPI), na quarta-feira (16), ambos referentes a junho. Também na quarta, saem os números da produção industrial e, na quinta-feira (17), os dados das vendas no varejo e os preços de exportação e importação.
Na mesma quarta-feira, o Federal Reserve publica o Livro Bege, com um panorama atualizado da atividade econômica, inflação e mercado de trabalho em suas 12 regiões. A agenda americana se encerra com a prévia da confiança do consumidor de julho, medida pela Universidade de Michigan, na sexta-feira (18).
Na China, o mercado acompanhará uma série de indicadores que podem reforçar a necessidade de novos estímulos por parte do governo. Na segunda-feira (14), serão divulgados os dados do setor externo, preços de imóveis, vendas no varejo, produção industrial de junho e o PIB do segundo trimestre.
No Brasil, a agenda será mais esvaziada, em meio à instabilidade provocada pelas tarifas comerciais dos EUA. O principal dado da semana será o IBC-Br de maio, índice calculado pelo Banco Central que serve como uma prévia do PIB e fecha o ciclo de divulgação dos indicadores de atividade do quinto mês do ano.
Calendário Macroeconômico
