B3 [B3SA3]: dados operacionais mistos no 2T25, mas destaque pra renda variável

A B3 divulgou os dados operacionais referentes a junho e ao segundo trimestre de 2025, e o mercado reagiu com avaliações distintas, mas em geral neutras ou positivas. Goldman Sachs, JP Morgan e BTG Pactual analisaram os números, com destaque para o crescimento no segmento de renda variável, que compensou parcialmente a fraqueza nos derivativos listados.

Renda variável impulsiona receita, mas julho começa fraco

Segundo o Goldman Sachs, o volume médio diário negociado (ADTV) de ações atingiu R$ 27,3 bilhões no 2T25, alta de 9% na comparação anual. Apesar de junho ter registrado uma leve queda para R$ 25,4 bilhões, os meses anteriores sustentaram o bom desempenho. O banco projeta crescimento de 6% no EBITDA frente ao trimestre anterior, mas alerta para a desaceleração registrada em julho, quando o ADTV caiu para R$ 19,9 bilhões. A recomendação é neutra, com preço-alvo de R$ 14,80.

O JP Morgan também destacou o bom desempenho da renda variável, com o ADTV superando em 10% suas estimativas. No entanto, o banco pondera que esse desempenho foi impulsionado por abril e maio, já que junho mostrou arrefecimento. A participação de co-location e o exercício de opções caíram, o que pode beneficiar a margem no segmento de ações. A recomendação para o papel segue neutra e preço-alvo de R$ 15,00, com avaliação em torno de 14,5 vezes o lucro estimado para 2025.

Já o BTG Pactual vê os dados como levemente acima do esperado e reforça a visão positiva sobre a ação. O banco destaca que o ADTV superou suas projeções em 6,5%, e mesmo com os derivativos abaixo do esperado, os dados de OTC e financiamento de veículos vieram sólidos. O BTG reafirma sua recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 15,00, apontando que a B3 continua sendo uma das melhores formas de exposição ao mercado de capitais brasileiro, com perfil defensivo e bom potencial de valorização.

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Derivativos ficam abaixo do esperado

Todos os relatórios convergem na avaliação negativa sobre o desempenho de derivativos listados. O JP Morgan destacou queda de 3% na base anual no ADV (volume médio diário de contratos) e receitas 10% abaixo de suas projeções, com total de R$ 838 milhões no trimestre.

O Goldman Sachs reforça que, embora os derivativos de renda variável tenham surpreendido positivamente (com receitas 11% acima das expectativas), os demais produtos do segmento ficaram aquém, com receitas 7% abaixo do esperado devido a taxas mais baixas, mesmo com volume maior.

O BTG também reconhece que os volumes ficaram abaixo das expectativas, mas vê o impacto como limitado, dada a força de outros segmentos da B3.

OTC, custódia e financiamento têm desempenho resiliente

Os três bancos concordam que os dados do mercado de balcão (OTC) foram positivos. Os registros cresceram 6% na comparação anual e os volumes sob custódia subiram 18%. No financiamento de veículos, a performance foi mista: JP Morgan e Goldman destacaram queda anual de 2% nos gravames, enquanto o BTG indicou números em linha com as projeções.

Expectativa para os resultados

A B3 divulgará os resultados do 2T25 no dia 7 de agosto. O Goldman Sachs espera crescimento de 9% no lucro líquido em relação ao trimestre anterior, com expansão de receitas e melhora no resultado financeiro. O BTG projeta lucro líquido de R$ 1,2 bilhão, alta de 8% frente ao 1T25.