Banco do Brasil [BBAS3] tem queda de 60% no lucro líquido, ROE despenca e dividendos são reduzidos no 2T25

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O Banco do Brasil [BBAS3] registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões no segundo trimestre de 2025, queda de 60,2% em relação ao mesmo período de 2024 e de 48,7% na comparação com o 1T25. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) caiu para 8,4%, frente a 21,6% no 2T24, reforçando a perda de rentabilidade do banco estatal.

A presidente do BB, Tarciana Medeiros, afirmou que “o ano de 2025 é de ajuste para aceleração do crescimento. Projetamos lucro entre R$ 21 e 25 bilhões e seguimos com investimentos estruturantes para geração de riqueza aos nossos acionistas, oferecendo a melhor experiência e soluções mais adequadas aos nossos clientes”.

Provisões para perdas com crédito pressionam resultados

Segundo o BTG Pactual, o resultado do Banco do Brasil foi fortemente impactado pelo aumento das provisões para perdas com crédito, que atingiram R$ 15,9 bilhões, alta de 104% na base anual e de 57% no trimestre. A inadimplência acima de 90 dias subiu para 4,2%, com piora nos segmentos de empresas, agronegócio e pessoa física.

“O aumento de cerca de 100% no custo do crédito, aproximando-se de R$ 15,9 bilhões, explica grande parte da queda do lucro líquido do banco”, destacou Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital.

O JP Morgan observou que tanto o patrimônio líquido quanto o patrimônio tangível recuaram no trimestre, pressionados por efeitos atuariais negativos e aumento de ativos fiscais diferidos, e avaliou que o guidance para a margem financeira líquida de R$ 102 a R$ 105 bilhões em 2025 é “desafiador”.

Carteira de crédito cresce, mas riscos aumentam

A carteira de crédito ampliada alcançou R$ 1,294 trilhão, crescimento de 11,2% em 12 meses e 1,3% no trimestre, impulsionada por empresas (+14,7%), agronegócio (+8%) e pessoa física (+8%).

A margem financeira bruta do banco foi de R$ 25,1 bilhões, queda de 1,9% na comparação anual, mas alta de 4,9% sobre o 1T25. A receita líquida de juros com clientes subiu 12% no ano, enquanto a margem com o mercado caiu 51%, pressionada por câmbio e custos de captação.

O volume de créditos renegociados e reestruturados chegou a R$ 74 bilhões, com cobertura de 110%, enquanto a inadimplência segue em patamares elevados.

Receitas de tarifas e controle de custos

As receitas com tarifas somaram R$ 8,8 bilhões no trimestre, avanço de 5% sobre o 1T25 e 3% acima das projeções do JP Morgan. O BB registrou crescimento em gestão de recursos (+10% no ano) e consórcios (+18%).

As despesas administrativas somaram R$ 9,7 bilhões, alta de 5% no ano, enquanto o índice de eficiência melhorou para 28,6%, beneficiado pelo controle de custos e pequenas reduções em despesas de pessoal.

Revisão do guidance e corte no payout

O BB revisou seu guidance para 2025:

– Crescimento da carteira de crédito: 3% a 6% (antes 5,5% a 9,5%)

– Provisões: R$ 53 bilhões a R$ 56 bilhões

– Lucro líquido ajustado: R$ 21 bilhões a R$ 25 bilhões

O payout de dividendos caiu de 40%-45% para 30%, reduzindo o dividend yield esperado para 5,5%-6,5%.

Max Bohm, especialista em ações da NMS Research, afirmou: “A revisão do payout envia uma mensagem ruim ao mercado. Considerando o que ocorreu com a Petrobras na semana passada, essa mudança tende a pressionar os papéis do Banco do Brasil no pregão seguinte”.

ROE baixo mostra destruição de valor

O ROE de 8,4% indica que o Banco do Brasil está “destruindo valor” para os acionistas, pois o retorno sobre o patrimônio líquido é inferior ao custo de capital e à rentabilidade de investimentos mais seguros, como a renda fixa. Isso significa que o banco gera menos lucro do que seria necessário para compensar o risco do investimento, mostrando que o capital aplicado não está sendo utilizado de forma eficiente.

Expectativa para as ações BBAS3

Analistas projetam reação negativa para as ações do Banco do Brasil, devido à combinação de:

– Lucro líquido menor que o esperado

– Piora na inadimplência

– Corte no payout e dividendos mais baixos

– Guidance cauteloso para o segundo semestre

O BBAS3 deve sofrer pressão vendedora no curto prazo, até que haja sinais de recuperação na rentabilidade e redução dos riscos de crédito.

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