Panorama da semana de 2 a 7 de novembro
A próxima semana será marcada pela reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve manter a taxa Selic em 15% ao ano, segundo avaliação de Leandro Manzoni, economista do Investing. O encontro, que acontece na terça-feira (4) mas divulga o comunicado na quarta-feira (5), será o penúltimo do ano e deve concentrar a atenção do mercado diante do cenário internacional incerto, agravado pela paralisação do governo dos Estados Unidos, que adiou novamente a divulgação dos dados do mercado de trabalho americano. Segundo Manzoni, a ausência desses indicadores “dificulta a condução da política monetária global e amplia a volatilidade dos ativos”. Além da decisão do Copom, os investidores acompanharão a produção industrial, a balança comercial, o IGP-DI e a inflação ao produtor, além dos balanços de grandes companhias da B3, como Petrobras [PETR4], Itaú [ITUB4] e Suzano [SUZB3].
Panorama do Ibovespa
O Ibovespa mantém trajetória de alta e ainda apresenta espaço para valorização, segundo avaliação de Filipe Borges, analista técnico da NMS Research. Ele projeta que o índice pode alcançar a faixa entre 160 mil e 162 mil pontos, impulsionado principalmente pelo desempenho das ações de maior peso, como Vale. “Apesar de parte do mercado considerar o movimento esticado, sigo vendo força compradora e espaço para continuidade do rally de fim de ano”, afirma Borges. O especialista pondera, no entanto, que o mercado pode atravessar momentos de leve correção ou consolidação antes de retomar o ritmo. “O gráfico semanal mostra um cenário muito positivo, com sequência de fechamentos fortes e sustentação da tendência de alta”, acrescenta.

Dicas de Trades
Weg [WEGE3]
A WEG mantém viés de alta dentro da estratégia da NMS Research, com operação ainda em aberto e lucro acumulado de 12,5%, conforme relatório de Filipe Borges. O analista aponta que o rompimento dos R$ 43,20 deve impulsionar a ação a um novo rally, com potencial para buscar o fechamento de gap na região dos R$ 50,30. “É uma operação de swing trade com alvo de 34% e proteção posicionada em R$ 38,57”, explica Borges. Ele destaca que o cenário técnico favorece a continuidade da valorização. “Acima dos R$ 43,20, a expectativa é de aceleração mais intensa das altas”, diz.

Grupo SBF [SBFG3]
O analista técnico abriu uma recomendação de compra para as ações da Grupo SBF, negociadas a R$ 12,88, com alvo final em R$ 17,00, o que representa potencial de alta de cerca de 32%. O stop está definido em R$ 11,73, e uma parcial é prevista em R$ 13,70. “O ativo está alinhado nos gráficos diário e semanal, mostrando força compradora consistente”, afirma Borges. Ele avalia que o papel tende a reagir rapidamente quando entra em tendência de alta. “SBFG3 costuma acelerar em poucos dias, e a expectativa é capturar essa movimentação nas próximas semanas”, completa.

Vale [VALE3]
A Vale continua em trajetória de valorização no gráfico semanal.O primeiro alvo está em R$ 67,30, e o segundo, em R$ 78,40, mantendo o cenário otimista. “A ação segue com força e espaço para novas altas nas próximas semanas”, avalia. Para Borges, mesmo eventuais movimentos de consolidação não comprometem a tendência principal. “Enquanto o papel permanecer acima dos R$ 50,70, que é o último fundo técnico relevante, a estrutura segue de alta”, conclui.

Indicadores econômicos
A indefinição sobre o rumo da política monetária brasileira deve dominar os mercados na primeira semana de novembro. O Copom se reúne na terça e quarta-feira para decidir sobre a Selic, e a expectativa majoritária é de manutenção em 15% ao ano pela terceira vez consecutiva. O foco estará no comunicado pós-reunião, que poderá indicar o início de um ciclo de flexibilização em 2025.
O texto divulgado após o último encontro, em setembro, alertava que os juros permaneceriam elevados “por bastante tempo” e poderiam até voltar a subir caso as expectativas de inflação não convergissem para a meta. Para Manzoni, se o Banco Central remover esse trecho, “o tom mais brando será entendido pelo mercado como um sinal de que o corte da Selic pode começar já em janeiro”. Ainda assim, ele pondera que o discurso recente dos diretores da autoridade monetária tem reforçado a necessidade de cautela, diante da atividade econômica acima da capacidade e das pressões salariais no setor de serviços.
Além da decisão do Copom, a agenda doméstica trará dados relevantes, como a produção industrial de setembro (terça-feira), a balança comercial de outubro (quinta) e o IGP-DI e a inflação ao produtor (sexta). No exterior, os investidores acompanharão indicadores privados dos EUA — como o PMI de outubro, o relatório de emprego da ADP e a prévia da confiança do consumidor da Universidade de Michigan — já que a paralisação do governo americano voltou a atrasar a divulgação oficial de dados econômicos.
Calendário Econômico
Balanços




