Países e empresas estão lutando pelo domínio nos semicondutores, uma indústria cuja previsão ultrapassa US$ 1 trilhão até o final da década
O dinheiro que está fluindo para a indústria de semicondutores irá impulsionar o setor – e remodelar seu cenário no processo.
Os governos intensificaram os esforços para fortalecer as produções domésticas dos chips que alimentam desde carros até eletrônicos e inteligência artificial, e empresas em todo o mundo estão competindo para fazer parte dessa atividade frenética. A receita global de semicondutores deve ultrapassar US$ 1 trilhão até o final da década, de acordo com previsões da International Business Strategies.
Uma produção doméstica mais forte poderia diversificar a cadeia de suprimentos altamente especializada de semicondutores, que em certas regiões tem forças em algumas áreas do processo e fraquezas em outras. As empresas americanas são líderes em muitas áreas do design de chips, por exemplo, enquanto as dE Taiwan, Coreia do Sul e China continental dominam os estágios finais de produção e montagem.
Essa especialização torna a cadeia de suprimentos vulnerável a interrupções causadas por desastres naturais, guerra, uma pandemia ou uma disputa comercial. A segurança nacional também é uma força motriz por trás da construção de cadeias de suprimentos domésticas; a dependência da China para chips, peças e materiais é uma preocupação entre os legisladores dos EUA.
Para combater isso, os fundos agora estão fluindo do governo dos EUA para os fabricantes de chips como parte da Lei de Chips de US$ 53 bilhões. Mas outros países na corrida dos chips têm seus próprios pacotes de ajuda.
Apenas no mês passado, a Coreia do Sul anunciou um pacote de apoio de US$ 19 bilhões para sua indústria de chips e a China levantou cerca de US$ 48 bilhões em sua terceira e maior instalação até agora de um fundo nacional de semicondutores. O Japão e a União Europeia também disponibilizaram bilhões em apoio governamental.
A Intel, a Taiwan Semiconductor Manufacturing, a Samsung Electronics e a Micron Technology receberam todos financiamento da Lei de Chips. No entanto, nenhuma empresa teve sua sorte aumentada no meio da frenética corrida dos chips como a Nvidia. O designer de chips de IA da Nvidia registrou receita e lucro recordes no último trimestre, e seu valor de mercado está se aproximando de US$ 3 trilhões.
À medida que os fundos são distribuídos e gastos, a indústria de chips pode ficar bastante diferente nos próximos anos. É esperado que os EUA aumentem sua participação na capacidade global de produção de chips para 14% em 2032, ante 10% em 2022, de acordo com um estudo da Boston Consulting Group encomendado pela Semiconductor Industry Association. O estudo constatou que a participação dos EUA em 2032 seria de 8% sem a Lei de Chips.
A Coreia do Sul também verá um ganho modesto na participação da capacidade na próxima década, enquanto Japão, Taiwan e China continental verão suas participações diminuírem, de acordo com o estudo.
A batalha pela produção de chips não é puramente um jogo de soma zero. O Japão, Taiwan, Coreia do Sul, China continental e EUA aumentarão sua capacidade de produção em pelo menos 80% na próxima década, de acordo com o relatório da BCG e da SIA.
(Com The Wall Street Journal; título original: The Global Chip Battle, in Charts; tradução feita com auxílio de IA)