A BDR da Aura Minerals [AURA33] está entre os destaques da B3 no ano, subindo mais de 70%, com notório crescimento entre 2018 até 2023, quando quase triplicou sua reserva de ouro.
A estratégia da Aura é crescer ao mesmo tempo que paga dividendos. O CEO da companhia, Rodrigo Barbosa, contou que a disciplina de capital utilizada na empresa permite a eles estarem entre os maiores pagadores de dividendos no mercado do ouro e mesmo assim continuar a se desenvolver.
“Montamos um portfólio forte o suficiente de projetos que têm payback rápido, com balanço forte, rápida tomada de decisões e maturação de investimento rápida, que nos permitem crescer dessa forma acelerada”, apontou Rodrigo em evento realizado nesta quinta-feira (01) na sede da Nomos Investimentos em São Paulo.
Todo esse desenvolvimento é baseado no aumento exponencial do preço do ouro, que já apresenta mais de 20% de variação positiva nos últimos 12 meses.
Segundo Rodrigo, existem diversos motivadores influentes no valor do ouro, porém a apreciação recente representa um medo em torno de “onde o dólar vai parar”. Em regra, o principal driver que afeta o preço da commodity é a expectativa de taxas de juros americanos – quando a taxa está subindo o normal é que o minério “caia”.
Todavia, o panorama atual é incomum, tendo em vista a simultaneidade da alta de juros reais e alta do ouro. O presente cenário leva o gestor a projetar alta no preço do ouro quando as taxas de juros futuros forem reduzidas.
“E, se você imagina que o ouro está na máxima quando a taxa de juros está na máxima, imagina quando começar a reduzir a taxa de juros”, indagou Rodrigo Barbosa.
Apesar do material que banha a medalha de primeiro lugar nas Olimpíadas ser o principal produto na Aura, o cobre é responsável por 30% do faturamento da companhia.
De acordo com o estrategista de ações da Nomos, Max Bohm, a matéria-prima detém um grande potencial de valorização, visto que é uma commodity essencial para a realização da tendência mundial em buscar por energias sustentáveis. Isso beneficia a AURA33 em um olhar para o futuro.
Diferente de outras empresas do ramo, a China não possui tanto impacto nos resultados da Aura Minerals. A relação entre a potência asiática e o cobre existe, mas é menos latente quando posta em comparação com o minério de ferro, refreando a influência da China nas ações da Aura.
“Em função de todas essas mudanças de matriz energética, ele têm uma demanda grande em outros países como o mercado europeu e o próprio Estados Unidos. Então o cobre acaba tendo um estímulo econômico não somente apoiado no que é o minério de ferro na China”, informou Barbosa.
Rodrigo também ressaltou a importância de uma mineradora trabalhar em conjunto com a comunidade. O programa de “minas abertas” leva os moradores a conhecer os trabalhos realizados na área e entender quais são os planos para aquele lugar. Além disso, a Aura pratica também ações de reflorestamento para as partes desmatadas durante os trabalhos de mineração.