Repetição do último ciclo do PIB pode ser oportunidade para o setor de construção, diz gestor

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A queda da taxa Selic e a apreciação imobiliária podem ser a próxima oportunidade para o setor de construção, de acordo com a tese da gestora Navi, que criou um novo Fundo Imobiliário, com retorno de IPCA + 16,5%, para capturar essa possível alta. 

A tese é baseada em três pontos macroeconômicos: preço de imóveis deflacionado, PIB e defasagem, segundo Gustavo Ribas, CEO da companhia. Em seguida, ele mostrou um gráfico do preço de imóveis deflacionado, ou IVG-R, em conjunto com o PIB. 

[Fonte: Navi; Bacen; Boletim Focus]
O CEO destacou como as duas variáveis andam juntas, mas recentemente, nos últimos anos desde a crise, passaram por um descolamento, em formato de V, com o PIB se recuperando “muito bem” após a pandemia.

“Nossa tese é tentar pegar o fechamento desse gap que abriu, que acreditamos que em breve deve chegar”, explicou. 

Prosseguindo, Ribas ressaltou que o preço de imóvel, “para o bem ou para o mal”, reage de maneira amplificada em conjunto com o PIB. Entre 2002 e 2013, por exemplo, o PIB subiu na média de 3,8% ao ano, enquanto imóvel subiu quase 10% na mesma comparação temporal. Já de 2013 a 2019, o PIB caiu 1% e o preço de imóvel caiu quase 5% ao ano. 

[Fonte: Navi; Bacen; Boletim Focus]
“Comprar de forma assertiva é muito importante para o seu retorno. Ao longo de 20, 30, 40 e até 50 anos, isso tende a suavizar e o retorno médio será razoável, de IPCA + 3,1%, mas é melhor ainda comprar no momento certo do ciclo”, disse.

Quanto à defasagem, o CEO comentou que o Brasil já vinha se recuperando da crise econômica, com o PIB de 2017, 2018 e 2019 positivo e o preço de imóvel ainda sem refletir o resultado, pois viria a subir anos à frente. 

[Fonte: Navi; Bacen; Boletim Focus]
“A gente acha que uma dinâmica semelhante pode estar ocorrendo no Brasil agora, pois o PIB de 2021 foi 5%, obviamente com efeito base do início da pandemia, mas subiu quase 3% em 2022 e ano passado foi quase 3% de novo”, declarou.

Ribas relembrou que mesmo com PIB de quase 3% em 2023, o preço de imóvel não reagiu em termos reais, descontando a inflação. Em sua opinião, o movimento não aconteceu pois a taxa Selic estava muito alta. Complementando a argumentação, o CEO utilizou a tabela abaixo com a afirmação de que há duas “variáveis“ que acredita serem as principais para o preço de imóvel reagir positivamente: o juro tem que cair e o PIB tem que subir. 

[Fonte: Navi; Bacen; Boletim Focus]
“Percebam: quando é azul e azul, o preço de imóvel fica azul também. Mas se você tem um dos lados da equação em vermelho, contamina a direita e o preço não sobe. Foi exatamente o que aconteceu ali em 2020 a 2023”, afirmou. “O PIB foi razoavelmente semelhante ao ciclo de 2002 a 2012, porém com a Selic de 14%.”

Por fim, com a queda do juro, outro benefício é que a aquisição de imóveis pode voltar a caber nas parcelas dos compradores, o que fará a demanda e os preços dos imóveis subirem, de acordo com Ribas. Ele disse que se o ciclo respeitar os últimos 20 anos de história econômica, o resultado será positivo. 

“A gente acha que basta a Selic cair para haver uma apreciação imobiliária. Então, do ponto de vista macroeconômico, as probabilidades podem estar ao nosso favor”, concluiu. 

 

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