A temporada de balanços começou na última quinta-feira (26), mas a Energias do Brasil [ENBR3] só divulgará os resultados referentes ao 4T22 em 27 de fevereiro.
Enquanto isso, considerando os dados operacionais da companhia mais recentes até então – referentes ao terceiro trimestre de 2022 – a recomendação dos players do mercado financeiro aos ativos da companhia se divide entre “neutra” e “positiva”.

Credit Suisse, Morgan Stanley e JP Morgan estão entre recomendam a compra de ENBR3, e sugerem que o potencial de retorno dos ativos equivale a 12,8%.
O Santander também reiterou recomendação equivalente a compra para ENBR3, em janeiro, e subiu levemente o preço-alvo, de R$ 23,25 para R$ 23,60.
Ainda no início deste ano, a companhia divulgou pagamento de R$ 664,2 milhões em juros sobre capital próprio (JCP), a R$ 1,15 por ação.
A EDP tem no ESG seu principal eixo estratégico. Para os próximos anos, a companhia pretende implementar projetos de energia renovável no portfólio, o que foi destaque positivo nas análises dos agentes de mercado dos últimos 30 dias.

De acordo com Nelly Colnaghi, analista fundamentalista da Levante, atualmente todas as companhias do setor elétrico vêm buscando expandir sua participação no segmento de renováveis, especialmente na geração eólica e fotovoltaica.
Eixo estratégico com agenda ESG
A EDP Energias do Brasil é uma holding brasileira do setor elétrico, que dispõe de investimentos nos segmentos de geração, distribuição, comercialização, transmissão e serviços de energia elétrica.
Controlada pela EDP Portugal, uma das principais operadoras europeias no setor energético, a companhia oferece energia para todos os segmentos de consumidores, como o corporativo, pessoa física e microempreendedor.
As ações da divisão brasileira fazem parte do Novo Mercado da B3 e também integram o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).
A EDP foi eleita para o ISE pelo décimo quarto ano consecutivo. O índice é composto de empresas que se distinguem pelo compromisso com o desenvolvimento sustentável, equidade, transparência e prestação de contas.
Segundo o último dado divulgado pela bolsa de valores brasileira, a companhia está em primeiro lugar no ranking geral, com um score de 90,25.
A classificação coloca a EDP Energias do Brasil na frente de ícones tradicionais do ESG e da sustentabilidade, como Natura, Klabin e Suzano.
A especialista da Levante consultada pelo TradeNews reforça que a decisão de investir em organizações que priorizam questões de sustentabilidade reforça a contribuição defensiva de ENBR3 para o portfólio do investidor.
Inclinada a liderar a transição energética, a EDP reforça seus investimentos em fontes renováveis de energia, como postos de abastecimento para carros elétricos. A empresa afirma que o segredo para o bom desempenho é continuar investindo e realizar sempre o básico.
Para o futuro, o plano de negócios da companhia no período entre 2021 a 2025 prevê investimentos globais de 24 bilhões de euros em projetos de transição energética, totalizando um acréscimo de 20 GW em seu portfólio de renováveis.
Trata-se de uma das estratégias centrais da companhia para alcançar o objetivo de zerar o balanço de emissões e tornar-se 100% verde até 2030, afinal, o Brasil é um dos principais países que atraem investimentos nesse segmento, uma vez que tem recursos naturais, custos baixos e regulação estável.
Desempenho e inovação
A meta da EDP é investir R$ 5,7 bilhões em geração de energia solar, segmento em que o Brasil apresenta destaque.
A conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 27, reconheceu internacionalmente o gigante latinoamericano por possuir uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com 84% de origem em fontes renováveis.
Entre os projetos em andamento por aqui, dois deles apresentam maior destaque. Em março de 2022, a EDP anunciou a usina solar Novo Oriente, em Ilha Solteira (SP), com capacidade de 254MWac.
O projeto já está outorgado e possui um contrato de compra e venda de energia (PPA) de 120MWac. Já a usina solar Monte Verde abrange Pedro Avelino, Lajes e Jandaíra, três municípios do Rio Grande do Norte, projeta capacidade instalada de 209MWac.
A previsão é que as duas usinas entrem em operação em 2024, e o objetivo da EDP é continuar anunciando a construção de duas usinas solares de grande porte no país por ano até 2025.
Com os olhos voltados para a construção de um futuro 100% verde, com foco no suporte do crescimento das fontes renováveis na matriz energética, a empresa começou os investimentos em 2017.
Já foram investidos R$ 4,6 bilhões em obras de modernização e novos projetos de transmissão.