Ano novo, carteira nova: analistas indicam as melhores ações para 2024

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Após dois anos de taxa Selic acima de dois dígitos, a expectativa é que o início do ciclo de corte pelo Banco Central traga alívio para as empresas brasileiras em 2024. Lá fora, predominam apostas de que o Federal Reserve (Fed) comece o afrouxamento monetário no próximo ano.

Por consequência, fica no ar a projeção de melhora no mercado de ações. Nesse contexto, analistas consultados pelo TradeNews indicam as melhores oportunidades de investimento em bolsa para o ano que vem. Confira: 

JBS [JBSS3]

Os últimos resultados dos frigoríficos com operação na América do Norte foram negativamente impactados pela menor oferta de bovino, enquanto os preços para a China estavam em queda diante da baixa demanda, de acordo com o analista da Terra Investimentos Luís Novaes.

Entretanto, apesar do cenário seguir desafiador para os frigoríficos, Novaes observa que as margens, que já apresentam melhoras, devem seguir se expandindo ao longo do próximo ano. 

Além disso, ele pontua que a potencial listagem nos Estados Unidos deve ser positiva para o custo de capital da empresa, gerando ainda mais valorização.

Eletrobras [ELET3]

A companhia gradualmente vem demonstrando maior eficiência após a privatização, diz o analista, que espera que novas medidas de controle de custos e de investimentos sejam concretizadas ao longo de 2024. Dessa forma, acrescenta, os resultados devem seguir em tendência de alta.

Além disso, Novaes argumenta que o ciclo de baixa dos juros básicos deve trazer um alívio sobre o custo de capital da empresa, permitindo expansão de margem, apesar do cenário negativo para os preços de energia.

Localiza [RENT3]

O panorama é desafiador para Localiza, considerando o ambiente macroeconômico. Apesar disso, o analista vê melhorias significativas no último resultado e espera uma tendência positiva à frente. 

“Existem grandes preocupações com relação ao número de seminovos em sua frota, porém, acreditamos que com a menor pressão inflacionária e dos juros básicos, poderemos ter uma recuperação nesse segmento, reduzindo a pressão sobre a empresa”, explica.

Rede D’Or [RDOR3]

As margens da Rede D’Or são pressionadas pelo custo médio elevado e alavancagem financeira. Sendo assim, é esperado que o ciclo de baixa dos juros básicos e a queda da inflação permitam menor pressão sobre as margens, impulsionando os resultados. 

O analista adiciona que a expansão operacional prevista para o próximo ano também pode se caracterizar como um fator positivo e influenciar os resultados. 

Com relação à SulAmérica, Novaes acredita que o índice de sinistralidade pode caminhar em direção às médias históricas e reduzir a pressão sobre as margens da empresa, contribuindo positivamente para o resultado consolidado.

Lojas Renner [LREN3]

“O varejo esteve em meio a uma turbulência nos últimos anos, diante do consumo enfraquecido e concorrência acirrada”, diz.

Na visão do analista, o consumo pode se recuperar no próximo ano com a inflação em queda e pressão menor dos juros básicos.

Além disso, ele frisa que a concorrência deve seguir como um fator de pressão para o varejo, mas novas regulamentações podem colocar as empresas brasileiras em situação menos desfavorável ante seus concorrentes internacionais.

Vamos [VAMO3]

Em 2023, Vamos foi impactada negativamente pela queda brusca nas vendas do mercado de caminhões causada pela transição do euro 5 para o euro 6 e aumento do preço desses veículos, segundo Leonardo Piovesan, CNPI e analista fundamentalista da Quantzed.

Apesar do cenário ter machucado o negócio de concessionárias da companhia, ele prevê a retomada do mercado em 2024. 

“A gente tem visto algumas montadoras voltando a contratar gente, aumentando turno, anunciando investimentos, porque provavelmente estão vendo um reaquecimento desse mercado após um 2023 difícil”, explica.

Ademais, considerando que a Vamos é uma empresa que se beneficia da queda de juros, considerando que é bem alavancada, acima de 3x, Piovesan afirma que a queda do CDI deve ajudar a precificação da companhia.

CVC [CVCB3]

O analista destaca que CVC está passando por um turn around, no qual o antigo controlador reassumiu o controle da empresa e pode capturar a retomada da economia para 2024. 

Ele relembra que o setor de turismo de viagens está reaquecendo, enquanto as concorrentes da companhia passam por dificuldades, entrando em recuperação judicial, o que representa aumento da demanda para CVC.

A empresa também se beneficia da queda de juros, visto estar bem alavancada e com dívida atrelada ao CDI, com custo bem alto. Além disso, possui demanda de capital de giro alta, então a queda do custo de capital da CVC deve provocar uma valorização forte das ações. 

“É uma ação muito sensível a essa melhora da economia”, explica. 

Arezzo [ARZZ3]

Com juros em dois dígitos, o varejo brasileiro foi devastado devido ao custo de capital mais elevado, de acordo com Renato Nobile, gestor e analista da Buena Vista Capital.

“Com a queda na Selic, a Arezzo deve ser uma das grandes beneficiadas justamente pelo poder de suas marcas e pelo seu target em mais alta renda”, argumenta.

Ele diz também que a Arezzo deve apresentar um crescimento mais robusto nos próximos trimestres e manter suas margens acima de 50%.

Oportunidades internacionais

Microsoft [MSFT34]

Com caixa elevado, altas margens e expectativa de aumento de receita no segmento corporativo devido ao lançamento do Copilot, ferramenta de inteligência artificial (IA) integrada ao Office, que já tem uma lista grande de espera para sua contratação. Sendo assim, a Microsoft é uma das big techs que tende a se beneficiar profundamente da tese de IA, destaca Nobile.

Amazon [AMZO34]

Quanto à Amazon, o analista diz que a empresa é uma das mais atrativas em termos de preço e deve se beneficiar fortemente nas altas margens da AWS (sua divisão de cloud) e em advertising, segmento com maior crescimento trimestre a trimestre. 

A empresa passou o final de 2022 e 2023 ajustando custos e deve ter um ganho operacional na casa de USD 60 bilhões para o próximo ano.

Coinbase [C2OI34] 

Apesar de ter sido uma das empresas que mais sofreram em 2022, Nobile explica que Coinbase já vem se beneficiando de uma recuperação dos criptoativos em 2023, principalmente por uma maior adoção institucional e por ser uma das principais infraestruturas reguladas utilizadas por instituições que estão entrando no mercado de blockchain.

Disney [DISB34] 

Por fim, Nobile recomenda Disney, pois a empresa teve uma forte correção em seu valor de mercado em 2022, principalmente devido aos impactos da Covid-19 no setor de Parks and Entertainment, e aos altos gastos em streaming, com o Disney Plus. 

A queda nas ações fez com que a empresa tivesse seu pior valor de mercado desde 2014. Com o retorno de Bob Iger e os ajustes realizados pela empresa, o analista concluiu que a mudança pode refletir em uma valorização das ações em 2024.

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