Apareceu no WSJ: Historicamente, ações não param de cair até o Fed aliviar

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Outra semana de rolo compressor sobre os negócios com ações deixou muitos investidores se perguntando o quanto mais o mercado vai cair.

Se a História serve de guia, o sell-off pode ainda estar nos estágios iniciais.

Investidores culpam o Federal Reserve com frequência pelos alvoroços no mercado. Acontece também que o Fed muitas vezes teve um dedo nas reviravoltas. Olhando para 1950, o S&P 500 caiu pelo menos 15% em 17 ocasiões, de acordo com pesquisa de Vickie Chang, estrategista de mercados globais no Goldman Sachs. Em 11 dessas 17 ocasiões, o mercado de ações parou de cair apenas perto do momento em que o Fed tornou a adotar uma política de afrouxamento monetário.

Chegar a esse ponto pode ser doloroso. O S&P 500 recuou 23% em 2022, o pior início de ano desde 1932. O índice teve baixa de 5,8% na semana passada, a pior queda desde o sell-off do estouro da pandemia, em março de 2020.

E o Fed apenas começou. Após a aprovação o maior reajuste da taxa de juros desde 1994 na quarta-feira (15), o banco central americano sinalizou a pretensão de aumentar as taxas muitas outras vezes este ano, a fim de frear a inflação.

A política de aperto monetário, combinada com a inflação na máxima de quarenta anos, deixou muitos investidores com medo de que a economia entre em recessão. Dados de vendas no varejo, sentimento dos consumidores, construção de casas e atividade industrial mostraram todos enfraquecimento significativo nas semanas recentes. E, embora os resultados das empresas estejam fortes agora, analistas projetam pressão sobre eles na segunda metade do ano. Um total de 417 companhias do S&P 500 mencionou a inflação nas teleconferências de resultados do primeiro trimestre, o maior número desde 2010, de acordo com o FactSet.

Na semana que vem, investidores vão analisar dados incluindo as vendas de casas usadas, sentimento dos consumidores e vendas de casas novas para medir a trajetória da economia. Os mercados dos EUA estão fechados nesta segunda-feira (20) por conta do feriado Juneteenth.

“Não acho que a taxa de queda do mercado vai continuar nesse ritmo, mas a ideia de que estejamos nos aproximando do fundo – isso é realmente difícil de pensar”, afirmou David Donabedian, CIO do CIBC Private Wealth US.

Donabedian disse ter desencorajado clientes de tentar o “buy the dip”, isto é, comprar ativos descontados na expectativa de que o mercado se recupere em breve. Mesmo após um sell-off punitivo, as ações não parecem baratas, diz ele. E as projeções de resultados ainda parecem muito otimistas sobre o futuro, acrescenta.

O S&P 500 está negociado em 15,4 vezes os lucros projetados para os próximos 12 meses, de acordo com o FactSet, só um fio de cabelo abaixo da máxima de 15 anos, de 15,7. Analistas atualmente ainda esperam que as empresas do S&P 500 reportem crescimento percentual dos lucros de dois dígitos no terceiro e quarto trimestres, de acordo com o FactSet.

Outros investidores dizem estar atentos à possibilidade de o Fed ter que agir mais agressivamente, caso os fazedores de políticas sejam surpreendidos por outra alta inesperada da leitura da inflação. A pesquisa de sentimento dos consumidores da Universidade de Michigan, divulgada no início do mês, mostrou que as famílias esperam uma inflação a 3,3% daqui a cinco anos, a partir dos 3% em maio. Esse é o primeiro aumento desde janeiro. Separadamente, o índice de preços ao consumidor do Departamento do Trabalho subiu 8,6% em maio frente ao mesmo mês no anterior, a alta mais rápida desde 1981.“Nossa sensação é que, se o próximo número da inflação vier muito alto de novo, o Fed poderia [elevar juros] ainda mais bruscamente”, disse Charles-Henry Monchau, CIO no Syz Bank, em comentários por e-mail. Isso poderia acrescentar pressão adicional nos ativos de risco como ações, diz ele.

Quando o Fed começou a subir taxas de juros este ano, a instituição disse que esperava fazer um pouso suave, um cenário no qual há desaceleração da economia suficiente para conter a inflação mas não tanto a ponto de desencadear uma recessão.

Nas semanas recentes, muitos investidores e analistas se tornaram cada vez mais pessimistas sobre a capacidade do Fed de cumprir com o plano. Dados já mostraram sinais de esfriamento da atividade econômica. À medida que os aumentos dos juros elevam o custo dos empréstimos para consumidores e empresas, é difícil prever um caminho no qual o Fed seja capaz de evitar uma recessão, dizem analistas.

Os movimentos do Fed “elevam o risco de uma recessão a partir deste ano ou no início do próximo e aumenta o risco de que eles francamente não serão capazes de continuar aumentando as taxas por tanto tempo”, disse David Kelly, estrategista-chefe global do JP Morgan, em teleconferência com repórteres na quarta-feira (15).

“Eu não ficaria surpresa se, no prazo de um ano, tivéssemos uma reunião na qual o Fed estaria considerando cortar taxas”, acrescentou.

Não supreendentemente, ações tipicamente não performam bem durante recessões. O S&P 500 caiu em média 24% durante recessões desde 1946, de acordo com pesquisa do Deustche Bank.

“Se não entrarmos em recessão, ficaremos próximos a um território extremamente próximo”, escreveu em nota Jim Reid, estrategista do Deustche Bank.

O lado bom para investidores é que, quando o Fed começa a ir na direção de um afrouxamento monetário, os mercados historicamente respondem positiva e rapidamente – especialmente se a causa primária do deslize deles for relacionada à política monetária do banco central, de acordo com análise do Goldman Sachs.

O que ninguém tem certeza é quando exatamente o Fed vai passar a marcha, e quanto mais pressão virá sobre a economia nesse meio-tempo.

“Acho que o verão será bem agitado”, disse Nancy Tengler, CIO na Laffer Tengler Investments.

 

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Versão em português por Isabela Jordão. Baseado no texto originalmente escrito por Akane Otani para o The Wall Street Journal.

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