Apareceu no WSJ: Líderes finlandeses afirmam que o país deve se juntar à Otan e estão próximos da adesão

O secretário-geral da OTAN Jens Stoltenberg, à esquerda, e o presidente finlandês, Sauli Niinistö, em uma entrevista coletiva em Helsinque no ano passado. [Foto: Vesa Moilanen/AFP]

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O presidente e a primeira-ministra da Finlândia declararam nesta quinta-feira apoiarem a candidatura do país à entrada na membresia da Otan, tornando quase certa a entrada do país nórdico na aliança, em resposta à invasão da Rússia na Ucrânia.

Juntar-se à Organização do Tratado do Atlântico Norte seria uma grande ruptura com décadas de política de defesa finlandesa não alinhada e seria um golpe para a ambição do presidente russo, Vladimir Putin, de dividir e enfraquecer a aliança ocidental.

Finlândia e a vizinha Suécia são há décadas os maiores redutos entre as nações ocidentais fora da aliança da Otan. Ambos os países nórdicos vão provavelmente solicitar adesão na próxima semana, apesar de avisos da Rússia de que tais propostas teriam “consequências”.

“Aderir à Otan fortaleceria a segurança da Finlândia”, dissera, o presidente Saul Niinistö e a primeira-ministra Sanna Marin em pronunciamento conjunto. “Como membro da Otan, a Finlândia fortaleceria toda a aliança de defesa. A Finlândia deve solicitar adesão à Otan sem demora. Esperamos que as medidas nacionais ainda necessárias para tomar essa decisão sejam executadas rapidamente nos próximos dias”.

Depois do pronunciamento, o Kremlin acusou a Finlândia de tornar seu território em uma “linha de confronto militar” com a Rússia.

“A Rússia será forçada a tomar medidas retaliatórias, tanto de natureza militar-técnica  quanto de outras naturezas, a fim de parar as ameaças à segurança nacional que se levantam nesse aspecto”.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, declarou apoio à adesão da Finlândia, chamando o país de um dos parceiros mais próximos da aliança.

“Se a Finlândia decidir entrar, eles serão calorosamente recebidos na Otan, e o processo de adesão será rápido e tranquilo”, disse Stoltenberg.

Desde o fim da Guerra Fria, a Finlândia tem sido um parceiro cada vez mais próximo da Otan, mas permaneceu militarmente não alinhada, muito para evitar provocar a Rússia, uma posição de proteção que tem desfrutado de amplo apoio entre os finlandeses e os tomadores de decisão do país.

“A ‘opção Otan’ têm sido uma estrela-guia. Nós não queríamos ser membros da Otan, mas queríamos a opção”, disse Sinikukka Saari, pesquisadora do Instituto Finlandês de Assuntos Internacionais.

Menos de três meses após a Rússia invadir a Ucrânia, entretanto, a opinião pública pendeu decisivamente a favor da adesão à OTAN, levando os políticos a mudarem também. O anúncio de quinta-feira provavelmente aumentará ainda mais o apoio público à adesão à aliança.

O apoio público à adesão da Finlândia à Otan saltou de cerca de 20% antes da invasão russa na Ucrânia para 53% no final de fevereiro e 76% em 9 de maio, de acordo com pesquisas da emissora Yle. O apoio era de 82% quando o apoio potencial para a adesão do presidente finlandês e do governo foi considerado.

A primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, disse em uma declaração conjunta com o presidente do país que “a adesão à OTAN fortaleceria a segurança da Finlândia”. [Foto: Frank Robichon/Shutterstock]
Desde que fui eleito pela primeira vez para o parlamento, em 1970, nunca vi um processo de tamanha importância avançar tão rápido, disse Erkki Tuomioja, ministro de Relações Exteriores por 11 anos e atual vice-presidente do comitê de assuntos internacionais do parlamente.Membro do Partido Social-Democrata no poder, Tuomioja disse que o debate na Finlândia foi altamente emocional e que ele continua cético em relação à adesão da Finlândia à Otan. No entanto, ele votaria a favor de um pedido para garantir um amplo consenso, disse ele.De muitas formas, uma adesão à Otan vai somente alinhar a Finlândia com mais firmeza à forma como o resto do mundo, e alguns finlandeses, enxergam.

“Acho que a Rússia nunca viu a Finlândia como um país neutro, mas era importante para nós manter essa definição”, disse Saari.

Outros políticos disseram que já estava na hora de a Finlândia se juntar à Otan, e que o processo deveria ser rápido.

“Temos discutido isso por um longo tempo, mas os argumentos contrários [à adesão à Otan] desapareceram, então é natural agir rápido ao invés de demorar apenas por demorar”, disse Atte Harjanne, presidente do grupo parlamentar Aliança dos Verdes e um proponente de longa data da adesão à Otan.

Autoridades da Otan e da Finlândia disseram esperar que o processo de entrada seja rápido. Quanto mais a Finlândia sinalizar sua intenção de aderir à Otan enquanto permanece de fora do guarda-chuva de segurança da aliança, mais vulnerável ela está a incorrer na ira de Moscou, que nas últimas semanas advertiu Finlândia e Suécia quanto a “consequências” não especificadas caso se juntassem à aliança.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson visitou Helsinque e Estocolmo na quarta-feira e assinou declarações “para reforçar a segurança delas e fortalecer as defesas do norte da Europa, diante das novas ameaças”, de acordo com um comunicado do governo do Reino Unido.

As declarações permitirão que o Reino Unido coopere mais estreitamente com os parceiros nórdicos para combater as ameaças militares tradicionais, mas também na coleta de inteligência e novas tecnologias, inclusive no ciberespaço.

Na quarta-feira, o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov não chegou a ameaçar os dois países nórdicos, mas disse que Moscou estava “observando da maneira mais cuidadosa tudo que estiver conectado a ações capazes de mudar a configuração da aliança perto de nossas fronteiras de uma forma ou de outra”.

O ministro da Defesa finlandês, Antti Kaikkonen, disse que Helsinque tomaria suas próprias decisões apesar de “possíveis reações” da Rússia.

“Eles não nos ameaçaram diretamente no momento”, disse Kaikkonen em entrevista. “Eles disseram que haveria algum tipo de reação, mas eu não diria que isso é uma ameaça direta”.

Niistö e Marin esperaram até agora para tornar públicas as próprias opiniões para evitar influenciar o debate público.

“Foi necessário tempo para o parlamento e a sociedade inteira estabelecerem suas posições sobre o assunto”, disseram eles em pronunciamento. “Foi necessário tempo para estreitar contatos internacionais com a Otan e seus países-membros, assim como com a Suécia. Nós queríamos dar à discussão o espaço que ela requeria”.

O Partido Social-Democrata de Marin vai se reunir para uma reunião do conselho partidário no sábado. Espera-se que a primeira-ministra da Suécia divulgue seu posicionamento no domingo.

 

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Versão em português por Isabela Jordão. Baseado no texto originalmente escrito por Sune Engel Rasmussen para o The Wall Street Journal

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