Apareceu no WSJ: Warren Buffett gasta bastante durante liquidação no mercado

Berkshire Hathaway investe pesado em ações de energia à medida que inflação sobe

CEO da Berkshire Hathaway, Warren Buffett sempre disse para investidores serem "ousados quando outros estão com medo". [Foto: Reuters]

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O “selloff” no mercado de ações foi má notícia para a maioria dos investidores.

Não para Warren Buffett e sua equipe.

A Berkshire Hathaway de Buffett usou a baixa como oportunidade para aumentar os gastos com ações, distribuindo dezenas de bilhões de dólares nos últimos dois meses após encerrar 2021 com um montante quase recorde.

A companhia baseada em Omaha comprou 901,768 ações na Occidental Petroleum na semana passada, de acordo com relatórios regulares. O movimento faz da Occidental, na qual a Berkshire começou a comprar ações no final de fevereiro, uma de suas 10 maiores participações.

Nos últimos meses, a Berkshire também expandiu a fatia na Chevron, fez uma proposta de arbitragem de fusão na Activision, comprou uma participação de 11% na HP e continuou a aumentar a posição na Apple, a maior participação da investidora de Buffett.

Investidores vão visualizar o que mais a Berkshire esteve comprando – assim como o que esteve vendendo – quando ela preencher o documento conhecido como Form 13F junto à Securities and Exchange Comission (SEC) nesta segunda-feira. A SEC exige que todos os investidores institucionais com mais de US$ 100 milhões sob custódia preencham o formulário em até 45 dias após o fim de cada trimestre. Como as instituições devem divulgar suas participações acionárias no formulário, bem como o tamanho e o valor de mercado de cada posição, os investidores costumam usar 13Fs para avaliar o quanto os donos do dinheiro estão operando no mercado de ações.

Um dos pontos importantes do relatório da Berkshire provavelmente será: o tumulto do mercado permitiu à companhia uma onda de investimentos.

Buffett, um adepto de longa data do value investing, há muito recomenda aos investidores “serem ousados quando outros estão com medo”. Essa filosofia foi provavelmente difícil de praticar na maior parte dos últimos dois anos, durante a qual o humor dos investidores pareceu tudo menos cauteloso. Agora que os mercados estão caindo, a Berkshire está em posição privilegiada para alargar seu paquidérmico portfólio de ações, dizem investidores.

“Dinheiro é liquidez, e ele tem bastante”, disse Rupal Bhansali, diretor de investimentos em ações globais na Ariel Investments, sobre Buffett. Bhansali administra o fundo mútuo global da Ariel, que possui ações da Berkshire.

Bhansali, como outros, também acredita que os investimentos da Berkshire na Chevron e Occidental podem refletir uma aposta de que os preços das commodities permaneçam em alta por algum tempo.

Ações de energia são de longe o grupo com melhor desempenho no S&P 500 este ano, beneficiadas pelo salto nos preços das commodities iniciado após a invasão da Rússia na Ucrânia elevar temores de rupturas na cadeia de suprimentos de petróleo e gás. As ações da Chevron subiram 43% este ano, enquanto os papéis da Occidental saltaram 121%. Em comparação, o S&P 500 caiu 16%.

“Eles estão claramente comprando empresas com probabilidade de serem hedge contra a inflação”, disse Bhansali.

Ações de energia também oferecem duas características pelas quais Buffett é tradicionalmente atraído: valuations baixos, bem como retornos aos acionistas na forma de recompras e dividendos, afirma Jim Shanahan, analista sênior de equity research na Edward Jones.

Ações pagadoras de dividendos têm performado acima da média no S&P este ano, em parte à medida que investidores abalados pela volatilidade do mercado têm procurado ações capazes de oferecer retornos estáveis.

“Se encaixam no perfil”, disse Shanahan sobre as aquisições da Berkshire na Chevron e Occidental.

Com a permanência da volatilidade das ações, muitos investidores e analistas esperas que Buffett, assim como os gerentes de portfólio de Berkshire Ted Weschler e Todd Combs, continuem aplicando dinheiro no mercado nos próximos meses.

A Berkshire fechou o ano passado com uma montanha de dinheiro nas mãos – não necessariamente pelo desejo de construir uma reserva de guerra, mas porque era impossível encontrar empresas que parecessem valer a pena investir a longo prazo, disse Buffett aos acionistas em sua carta anual enviada em fevereiro. Ela tinha US$ 106,3 bilhões em caixa em 31 de março, frente a US$ 146,7 bilhões no fim de 2021.

Este ano mudou isso. Com o aperto da política monetária, redução do crescimento econômico e rupturas na cadeia de suprimentos pondo os mercados no limite, Buffett está em seu elemento, diz David Kass, professor de finanças na Escola de Negócios Robert H. Smith da Universidade de Maryland.

“Esse é o que eu consideraria o cenário ideal de Warren Buffett”, disse Kass. “A venda quase por atacado no mercado deu à Berkshire a oportunidade de comprar títulos a preços de barganha”.

 

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Versão em português por Isabela Jordão. Baseado no texto originalmente escrito por Akane Otani para o The Wall Street Journal

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