As 10 ações vencedoras do semestre

ações campeãs
Isabela Jordão

 

A expectativa de retomada da Bolsa minguou ao longo do primeiro semestre, em meio a juros ainda restritivos nos EUA, dilemas no quadro fiscal do Brasil e – claro – a alta do dólar. Ainda assim, alguns papéis saíram vitoriosos dos primeiros seis meses do ano. 

Desempenho das dez maiores valorizações da B3 em 2024 até junho. Foram consideradas apenas ações com pelo menos R$ 1 milhão negociados por dia nos últimos 30 dias. [Fontes: Economatica e Google]
Entre as dez ações que mais se valorizaram no período, seis estão fora do Ibovespa. O catalisador das altas pouco ou nada teve a ver com o cenário macroeconômico, conforme explica o estrategista de investimentos da Nomos, Max Bohm. 

A Biomm [BIOM3], com impressionantes 158% de valorização semestral, brilhou principalmente durante abril. Na segunda quinzena do mês, a farmacêutica brasileira anunciou que iria distribuir no Brasil um medicamento semelhante ao Ozempic, um tratamento para diabetes que ganhou popularidade global recentemente por seus efeitos de emagrecimento. 

Ainda no início de abril, o Diário Oficial da União publicou a aprovação da planta biofarmacêutica da empresa em Nova Lima, Minas Gerais, para a produção do Glargilin – a última aprovação pendente para que a Biomm pudesse começar a produção de insulina glargina em sua planta. 

Já a Clearsale [CLSA3], apesar de ser diretamente ligada à inteligência artificial, não saltou diretamente por conta da febre da IA. A companhia caiu nas graças do mercado interno diante da notícia de que a Experian, dona da Serasa, está em negociações finais para adquirir a companhia. A novidade ecoou em abril, mas até agora não houve confirmação do acordo. 

O salto da SYN [SYNE3] traduziu reações de investidores à assinatura de um memorando de entendimentos entre a proprietária e operadora de edifícios corporativos, shoppings centers e galpões logísticos e o fundo imobiliário XP Malls [XPML11]. O FII acordou, em fevereiro, a compra de participação em seis shoppings da empresa, pelo valor de R$ 1,85 bilhão. 

A valorização dos outros ativos do ranking semestral também teve razões microeconômicas. “Ou melhores resultados ou estavam muito depreciados e acabaram puxando”, na avaliação de Max. 

A Embraer [EMBR3] surpreendeu com o balanço do primeiro trimestre, além de ter repercutido uma série de contratos para venda de aeronaves. 

A companhia registrou prejuízo líquido ajustado de US$ 12,8 milhões nos primeiros três meses do ano, redução anual de 86%. Os resultados foram considerados modestamente positivos pelo Citi, que descreveu os resultados operacionais e de lucros como significativamente melhores na comparação anual.

Em junho, a fabricante de aeronaves repercutiu a encomenda de 20 veículos pela Mexicana Aviación. O pedido da companhia aérea estatal do México tem entregas previstas para o segundo trimestre de 2025. Além disso, a Embraer também disse estar trabalhando para penetrar no mercado dos EUA com suas aeronaves de defesa, explorando novos produtos e até oportunidades de fusões e aquisições.

Os frigoríficos, por sua vez, voltaram a ver a luz do dia. Tanto BRF [BRFS3] quanto JBS [JBSS3] repercutiram positivamente os balanços do primeiro trimestre. O aumento da demanda por frango ajudou a mitigar o impacto de uma grave escassez de gado nos EUA. 

A BRF superou estimativas para lucro líquido no primeiro trimestre, com R$ 593,7 milhões ante prejuízo de R$ 1,02 bilhão ano a ano e projeção de R$ 373,8 milhões. Já a JBS teve lucro líquido de R$ 1,65 bilhão, após prejuízo de R$ 1,45 bilhão no mesmo período do ano passado e superando a estimativa de R$ 675,5 milhões.

Igualmente na linha dos balanços, a Santos Brasil [STBP3] registrou lucro líquido de R$ 147,8 milhões no primeiro trimestre, alta de 222,2% ante o obtido no mesmo período de 2023. As projeções da Bloomberg apontavam lucro líquido ajustado de R$ 152 milhões. O volume de contêineres transportados pela companhia também subiu mês após mês, 

Outra que surpreendeu com o balanço foi Technos [TECN3], com 95,2% de alta anual no lucro líquido no primeiro trimestre, totalizando o montante de R$ 5,9 milhões.

A ponta final da lista de 10 maiores valorizações na B3 em 2024 até agora, com a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) [CBAV3] e Cielo [CIEL3], foge das considerações sobre a temporada de balanços. Na avaliação de Max Bohm, a CBA [CBAV3] “estava muito largada e o preço do alumínio voltou um pouco, aí puxaram o papel”. 

O contrato futuro do alumínio subiu 6,48% no mercado chinês, segundo dados do Investing.com. 

Por fim, a Cielo disparou diante do provável fechamento de capital. O Banco do Brasil e o Bradesco, controladores da companhia, anunciaram em fevereiro a intenção de realizar uma oferta pública de ações (OPA) para tirar a empresa da Bolsa, movimento já especulado ao longo dos últimos anos. 

O Banco do Brasil informou em fato relevante que sua participação na Cielo pode chegar até 49,99% do capital, ficando o restante com o Bradesco. Todavia, os  acionistas minoritários da Cielo recusaram a realização de um novo laudo de avaliação do preço das ações para fechar o capital da empresa de maquininhas de cartão, e o processo ainda não teve novas atualizações. 

O percentual de valorização das campeãs do Ibovespa no semestre até surpreende, mas não convence. Dos dez, Max só recomenda investimento na Clearsale, um papel inserido na carteira de small caps desenvolvida com exclusividade para a Nomos. “As demais eu não teria não”, concluiu sucintamente o analista.

 

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