Ata do Copom e IPCA de janeiro são foco da próxima semana; MDIA3 tem call de compra

Panorama de 5 a 9 de fevereiro

Mais uma semana amarga para o Ibovespa. O índice foi dos quase 129 mil pontos no início da semana para 127 mil ao final desta sexta-feira (02), fechando janeiro com queda superior a 4%. O tom mais duro do Federal Reserve (Fed) e o payroll assustadoramente alto minaram o apetite ao risco por aqui. 

Investidores também reagiram à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que seguiu o plano de voo e reduziu pela quinta vez seguida a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, de 11,75% para 11,25% ao ano, em decisão unânime e amplamente esperada pelo mercado financeiro.

Na próxima semana, o mercado vai acompanhar a nova ata do Copom e o IPCA de janeiro. 

Radar de Proventos

Na quinta-feira (08) ficam “ex-dividendos” os ativos da Eletrobras [ELET3]* e o Fundo Invest Imobiliario FII Btg Pactual [BRCR11]*.

*O relatório da Bloomberg aponta que as datas em que estas ações ficam “ex-proventos” são apenas previsões, não estão confirmadas, estando sujeitas a mudanças.

Panorama do Ibovespa

O analista técnico Filipe Borges pontuou que a Bolsa teve um pregão vendedor nesta sexta, indo em direção ao suporte nos 125.800 pontos. Abaixo desse número, Borges disse haver espaço para quedas um pouco mais fortes, com alvo entre 122.000 e 120.000 pontos. 

O analista destacou resistência nos 129.600, mas ele vê uma pressão vendedora no Ibov, principalmente nos ativos que possuem um peso maior em sua composição, como a Vale [VALE3].

“Alguns papéis ainda apontam para a compra, mas temos que ser bem seletivos nas escolha dos ativos para os próximos dias”, afirmou. 

Dicas de Trades

M. Dias Branco [MDIA3]

Borges explicou que MDIA3 tem se movimentado bem, com tendência de alta. Além disso, mesmo com a pressão no índice, é um dos papéis que está se mantendo “muito bem”, com espaço para valorização nas próximas semanas. 

Ele alegou que o ativo possui resistência na região de R$ 39,50. Uma vez ultrapassada, o alvo de curto prazo será R$ 44,60. 

“Para esse ativo se manter em tendência de alta, é importante que fique acima de R$ 36,10”, ressaltou.

Vale [VALE3]

VALE3 tem perda importante de suporte na região dos R$ 67, que vinha sendo um ponto a ser ultrapassado nos últimos dias, e abre espaço para mais quedas, de acordo com Borges. A ação da Vale tinha um gap na região dr R$75,30 e outro em R$ 61,20. 

“Graficamente, não há nenhuma indicação de compra, e sim espaço para cair. Lembrando que ele é um ativo bem direcional”, frisou.

Minerva [BEEF3]

No gráfico semanal, Minerva é um ativo que tem como alvo R$ 4,25, de acordo com Borges. 

O analista comentou que está com posição de venda no papel, com stop em R$ 7,30 e alvo final em R$ 4,20. 

“É stop inicial em torno de 7,5% para buscar alvo de 37%. Ou seja, razão de risco ganho de cinco para um”, concluiu.

Indicadores econômicos

A ata do Copom deve trazer poucas alterações de acordo com o visto no comunicado emitido pelo Comitê essa semana, segundo o analista da Benndorf Research Marco Ferrini. 

“Esperamos uma avaliação de um cenário interno em desaceleração e trajetória de desinflação, em linha com as projeções de controle inflacionário e ancoragem das expectativas no horizonte relevante, que inclui os anos de 2024 e, em maior parte, 2025”, explicou o economista. 

Além disso, ele também espera que o Comitê reforce mais uma vez a importância do cumprimento das metas fiscais estabelecidas para a condução da política monetária e a visão de mais cortes de 0,5 p.p. nas próximas reuniões.

Paralelamente, o IPCA tende a apresentar desaceleração em janeiro em ambas as comparações, convergindo ainda mais para a meta do BC, de acordo com o especialista. 

Ele pontuou que a expectativa é que os segmentos de alimentação e bebidas, saúde e cuidados pessoais e habitação sejam os destaques do lado positivo, enquanto os transportes devem balancear o resultado. 

Ferrini acrescentou ainda que os transportes tendem a mostrar redução no preço das passagens aéreas, que vinham se destacando no final do ano passado, após o período de fim de ano e com o programa do governo para reduzir ainda mais os preços, é esperado que o item continue figurando do lado negativo nos próximos resultados.

“A projeção para 2024 é de uma inflação ainda menor do que em 2023, algo que está associado ao desempenho mais modesto da economia brasileira e desaceleração da economia mundial, mas a questão fiscal do país permanece como um fator de risco que pode alterar essa trajetória e a política monetária”, concluiu.