O PMI Composto dos Estados Unidos recuou 0,1 ponto na prévia de setembro e foi a 50,1, indicando estagnação no nível de atividade do país e confirmando o pior resultado em 7 meses.
A queda é consequência da alta de 1 ponto no PMI Industrial, que atingiu 48,9, e recuo de 0,3 ponto no PMI de Serviços, que foi a 50,2.
Em setembro, os novos pedidos caíram no ritmo mais acelerado do ano, prejudicados pela nova contração da demanda por serviços. Os industriais também registraram queda, mas em menor intensidade.
De acordo com os participantes da pesquisa, os juros altos e as pressões inflacionárias foram os principais fatores de impacto na demanda, com alguns citando também o cancelamento de pedidos à medida que as condições de mercado pioraram.
No mais, os novos pedidos de exportação caíram novamente, puxados pelo recuo na demanda externa por serviços.
Apesar do desempenho ruim de vendas, as companhias americanas aumentaram as contratações em setembro. A taxa de criação de emprego foi a maior desde maio e sólida no geral.
Além disso, as empresas relataram que vagas foram preenchidas mais facilmente do que nos últimos meses. O número de funcionários cresceu tanto na indústria como nos serviços, sendo que este último teve um aumento mais expressivo.
As pressões de custos voltaram a aumentar, com os preços de insumos avançando de forma sólida. A inflação de custos aumentou principalmente em função dos salários mais altos, custos de empréstimos e combustíveis mais caros.
Ainda assim, a taxa da inflação de custos permaneceu bem mais leve do que a média dos últimos 3 anos. As empresas continuaram repassando as despesas
aos consumidores, mas a demanda fraca e a diminuição do poder de compra contiveram parcialmente a alta.
Por último, a confiança dos negócios recuou para o menor nível em 9 meses. Embora ainda haja expectativa de aumento nos níveis de produção ao longo dos próximos 12 meses, o otimismo foi mais fraco do que a média da série, afetada pelas greves, inflação, juros altos e condições de demanda deprimidas.
Ainda que a atividade econômica dos setores não tenha apresentado uma redução tão marcada, é fato que houve uma nova deterioração das condições de demanda e de negócios, em linha com as expectativas de perda de ritmo da economia americana.
No mais, a segunda queda seguida dos serviços reforça a reviravolta no setor que vinha amparando os EUA até o momento.
Dito isso e tendo em mente que os juros permanecerão elevados por mais tempo para conter a inflação, o nível de atividade deve continuar perdendo forças nos próximos meses, em linha com o cenário de “soft landing”.
Assim como na Europa, a indústria deve liderar o recuo, principalmente os segmentos de duráveis e bens de capital.