Atividade industrial começa o ano com força no Brasil

O PMI Industrial do Brasil registrou alta de 4,4 pontos em janeiro e foi a 52,8, entrando em território expansionista pela primeira vez desde agosto e atingindo o maior patamar em 18 meses. A indústria foi estimulada por mais um aumento no número de novos pedidos, que elevou os volumes de produção para o maior nível desde meados de 2022.

Os dados também mostraram que a retomada foi possibilitada pelo mercado interno à medida que as condições de demanda se mostraram mais favoráveis e os pedidos para exportação continuaram recuando.  Como consequência da demanda maior, a criação de empregos foi a mais rápida desde julho de 2022.

No mais, apesar das pressões sobre as cadeias de suprimentos terem se intensificado, parcialmente em função do conflito no Mar Vermelho e chegada tardia das importações chinesas, a inflação de custos diminuiu para uma das taxas mais fracas em quase 10 anos.

Apesar disso, houve um novo aumento nos preços de fábrica, mas em ritmo modesto para os padrões históricos.

Finalmente, as perspectivas para os próximos 12 meses permaneceram otimistas, com o nível geral de sentimento atingindo a máxima de 37 meses. O lançamento de novos produtos e investimentos, juntamente com a redução das pressões sobre os preços e a queda das taxas de juros estimularam o otimismo.

O forte resultado da indústria no começo do ano é um sinal positivo e inesperado, visto que o setor vinha apresentando dificuldades em meio ao ritmo ainda lento de consumo, especialmente de bens, e juros altos.

Isso posto, o número de janeiro é animador e o cenário de cortes de juros e inflação controlada devem contribuir, mas também são necessários mais dados para consolidar um comportamento mais robusto da indústria e um repique mais acentuado da demanda.