Bancos no 2T25: Itaú e BTG lideram lucros recordes, enquanto Banco do Brasil e Santander decepcionam

O segundo trimestre de 2025 marcou um ponto de inflexão para os bancos brasileiros listados na B3, separando vencedores e perdedores após um 2024 de resultados históricos. Segundo a consultoria Elos Ayta, o lucro consolidado dos cinco maiores bancos do país somou R$ 27,98 bilhões, queda de 5,6% em 12 meses e retração de 8,1% frente ao 1T25.

O destaque positivo ficou com Itaú Unibanco (ITUB4), BTG Pactual (BPAC11) e Bradesco (BBDC4), que entregaram resultados fortes e renovaram projeções otimistas. Já Banco do Brasil (BBAS3) e Santander Brasil (SANB11) frustraram o mercado, com lucros pressionados e deterioração da carteira de crédito.

Itaú Unibanco: lucro recorde e top pick do setor

O Itaú (ITUB4) segue como líder absoluto do sistema financeiro. O banco registrou lucro líquido recorde de R$ 11,28 bilhões, crescimento de 14% em 12 meses e o maior já visto entre os bancos listados. O resultado representou mais de 40% de todo o lucro do setor.

O desempenho foi impulsionado pela margem financeira com clientes (NII) e pelo controle da inadimplência. O banco revisou seu guidance para cima, e casas como Genial Investimentos e Safra projetam lucros acima de R$ 45 bilhões em 2025.

As ações acumulam alta de 31% em 2025, renovando máximas e consolidando o Itaú como top pick do setor bancário.

Bradesco: sinais claros de recuperação

Após trimestres desafiadores, o Bradesco (BBDC4) surpreendeu positivamente com lucro de R$ 6,07 bilhões, alta de 28,6%, no melhor 2T desde 2021. A margem com clientes atingiu recorde, puxada por maior volume de crédito e receitas com cartões, gestão de ativos e mercado de capitais.

As ações acumulam alta de quase 40% no ano, e analistas como Safra e Itaú BBA reforçam a expectativa de continuidade na recuperação.

BTG Pactual: resultado histórico e ROE de 27%

O BTG Pactual (BPAC11) teve o melhor resultado de sua história, com lucro de R$ 4,2 bilhões, avanço de 42% e superando em 13% as projeções da Bloomberg. O retorno sobre o patrimônio (ROE) atingiu 27%, acima do Itaú (23%).

Todas as linhas de receita cresceram entre 15% e 40%. Apesar de dúvidas sobre a sustentabilidade de áreas mais voláteis, como Investment Banking e Sales & Trading, bancos como JP Morgan e Safra avaliam que a instituição segue em trajetória sólida.

Nubank e Inter: fintechs surpreendem

O Nubank (ROXO34/NU) entregou lucro de US$ 637 milhões, ROE de 28% e inadimplência controlada, superando estimativas e levando suas ações a subirem mais de 16% em Nova York. Analistas elevaram recomendações para compra, destacando diversificação de receitas.

O Inter (INTR31) também brilhou, com lucro recorde de R$ 315 milhões, alta de 50%. O banco atingiu ROE de 13,9%, e os BDRs dispararam até 12% após a divulgação. A projeção é de R$ 1,4 bilhão em lucros em 2025.

Banco do Brasil: queda brusca no lucro

O Banco do Brasil (BBAS3) foi o grande destaque negativo do trimestre. O lucro caiu 60%, para R$ 3,8 bilhões, enquanto o ROE despencou para 8%. O aumento da inadimplência no agronegócio e na carteira corporativa pressionou os números.

Analistas como Safra e BTG avaliam que a deterioração foi rápida e a recuperação deve ser lenta, com risco de mais provisões no futuro.

Santander Brasil: resultado classificado como fracasso

O Santander (SANB11) reportou lucro de R$ 3,6 bilhões, queda de 5% frente ao 1T25 e abaixo das estimativas. O BTG classificou o trimestre como um “fracasso”, citando fraca performance em pequenas e médias empresas e aumento das provisões.

A queda da margem ajustada ao risco em 6% também acendeu alertas.

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