Biodiesel a 15% promete aliviar preços de combustíveis e alimentos no Brasil

Em uma medida aguardada pelo setor, o governo federal confirmou nesta quarta-feira (25) a elevação da mistura de biodiesel ao diesel fóssil de 14% para 15%. A nova proporção, que valerá a partir de agosto, tem o potencial de gerar impactos positivos nos preços ao consumidor de combustíveis e alimentos, conforme apurou o Valor Econômico.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) projeta que o aumento da mistura impulsionará a demanda por óleo de soja em 150 mil toneladas somente no último trimestre deste ano. Essa decisão deve levar ao esmagamento de aproximadamente 750 mil toneladas adicionais da oleaginosa entre setembro e dezembro, resultando na produção de 600 mil toneladas de farelo e mais 300 milhões de litros de biodiesel, somando um total de 9,8 bilhões de litros em 2025, de acordo com a entidade.

O setor produtivo argumenta que o incremento na adição de biocombustível pode levar a uma redução nos preços dos combustíveis na ponta, uma vez que diminui a dependência do petróleo, um insumo volátil devido a conflitos internacionais. Além disso, prevê-se um efeito deflacionário sobre alimentos, especialmente proteínas animais, impulsionado pela maior produção de farelo de soja, essencial na alimentação do gado.

A Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FBio) saudou a decisão, destacando que a elevação da mistura “fortalece a segurança energética e alimentar da população brasileira”. Em nota, a FBio ressaltou que a medida “promove a soberania nacional, ao mesmo tempo que garante a expansão de investimentos na ordem de R$ 200 bilhões; impulsiona a transição energética, reduz a emissão de gases estufa, além de estabilizar os preços da cadeia de proteínas”.

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