“Bom e ruim importam pouco; melhor ou pior importam muito”: a estratégia da Athena Capital

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Falar sobre os retornos do investimento em bolsa soa uma missão quase impossível quando o Ibovespa se esforça para não manter-se abaixo dos 100 mil pontos. Entretanto, foi exatamente o que fez o diretor de Relações com Investidores da Athena Capital em palestra no último fim de semana.

Lucas Rego defendeu no evento “Perspectivas 2033”, promovido pela Nomos Investimentos, a tese de que “não tem proteção maior que pagar pouco”, evocando a máxima sobre comprar ao som de canhões e vender ao som de violinos. 

As narrativas dominantes nos jornais não seriam um bom termômetro para nenhum investidor, pois “mudam constantemente”. 

Como justificativa, Lucas rememora o cenário dominante nas plataformas de conteúdo em 2020, quando muito se dizia sobre “o fim da renda fixa” e o ESG era a promessa do futuro. 

O atual patamar da Selic diz muito sobre as manchetes do ano da pandemia. Assim sendo, prosseguiu o executivo, o cenário de juros altos não deveria afastar a ideia de alocar capital em ações. Antes, o pessimismo generalizado consistiria em oportunidade.  

Investir em bolsa em cenários ruins não é risco, afirma. “O maior risco não vem de economia ruim, vem de pagar muito”, isto é, comprar ativos quando o mar está calmo.

Por tal convicção, a tese de investimento da Athena pouco se atenta para cenários macroeconômicos.

Melhor e pior

Cenários bons resultam em preços ruins. Cenários ruins, em preços bons. Premissas simples – mas eficazes, segundo Lucas – que sustentam a filosofia da Athena. 

“Bom e ruim importam pouco; melhor ou pior importam muito.”

Cerca de 50% dos investidores cadastrados atualmente na B3 começaram a jornada a partir de 2021 – portanto tiveram a primeira experiência com a bolsa na época dos 130 mil pontos do Ibovespa e nunca viram um ciclo de aperto da Selic. 

O cenário evoca os anos 2000. O especialista da Athena mencionou como o ciclo entre 2005 e 2008 foi de otimismo no mercado nacional, sucedido pelo pessimismo generalizado ante a famosa crise do subprime. A História não se repete, mas rima. 

Entretanto, ressalta Lucas Rego, os investidores pessoa física em geral insistem em comprar ações quando tudo está bem e vender ao sinal de tempestade. 

Se o comportamento é o mesmo, o prejuízo também persiste. “Como a maioria das pessoas entra em cenários bons, elas compram caro.”

Lucas Rego, RI da Athena Capital, no evento “Perspectivas 2033”, da Nomos Investimentos. [Foto: Reprodução]

Comprar ou vender? 

Procurar a hora certa seria em si mesma uma estratégia ruim, acrescentou Lucas. Todo grande investidor, comenta, recomenda não focar no timing, a hora de entrar e de sair de um ativo, macroeconomicamente falando.

Em contrapartida, ele aponta que a pergunta emitida por quase todo investidor pessoa física é “está na hora de entrar?”.

Aspectos psicológicos pesam bastante. Valendo-se de exemplos da neurociência, o RI da Athena lembra que  “tomar medida contra a multidão é sempre mais difícil que seguir a manada”.  Assim, comprar quando todos estão vendendo sempre vai gerar dúvidas. 

No entanto, o desafio compensa. Quando se compra barato, como nos níveis de agora, “você não precisa comprar o Brasil e torcer para ele virar a Suíça”, apenas “para o Brasil não sair muito do que ele é”. 

A inquietude ao comprar na baixa se transforma em tranquilidade quanto aos ciclos econômicos, defende Lucas. 

Conceitos

Lucas não encerrou sua palestra sem frisar que investir não é uma ciência exata. “Cada investidor vai ter que fazer algumas escolhas sobre o que ele acredita.”

Não existe como saber a hora exata de entrar ou sair de uma ação, frisa, porém há indícios probabilísticos bastante eficientes para maximizar as chances de sucesso nas operações. 

Diferenciar entre otimismo e pessimismo é um bom caminho, pontua. Quando o mercado está otimista quanto ao futuro, “muitas vezes você olha empresa perdendo R$ 1 bilhão e pensa que vai ser bom”.

Por outro lado, “no pessimismo, você tem medo de comprar um lucro que já existe”. 

Apesar de retornos passados não serem garantia de lucro futuro, Lucas pondera sobre a eficácia dos dados em posicionar o investidor com mais segurança diante do incerto. 

“Algum dia eu sei o que vai acontecer no mês que vem? Nunca”, mas quando se investe em bolsa de forma estudada, o investidor pode se resguardar em uma estratégia que ganha dinheiro ao longo do tempo.

 

Assista ao evento completo:

 

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