Bradesco BBI não vê ponto de virada próximo para ações de varejistas e corta recomendação para três empresas

Bradesco BBI não vê ponto de virada próximo para ações de varejistas e corta recomendação para três empresas

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Nos últimos trinta dias e, mais notoriamente, no mês de julho, as ações de varejistas têm ganhado destaque por sua alta expressiva, ainda que longe de apagar as perdas registradas no acumulado do ano. Além do chamado movimento de rotação de ações – de valor para crescimento -, analistas de mercado avaliam que o setor esteja antecipando uma queda de juros por parte do Banco Central no ano que vem.

Porém, na avaliação do Bradesco BBI, o ponto de virada ainda não está à vista. Observando o desempenho do setor em torno dos ciclos de juros desde 2005, os analistas Richard Cathcart, João Andrade e Renan Sartorio, que assinam o relatório do banco, avaliam que as altas do varejo tendem a acompanhar a queda das taxas de juros (em vez de antecipar).

“Claramente, alguns investidores se posicionarão à frente de uma queda das taxas de juros de forma a serem capazes de capturar totalmente um rali do setor”, aponta o BBI.

Porém, como a equipe econômica do banco espera que o Banco Central comece a reduzir a Selic apenas a partir de junho de 2023, os analistas ainda acham muito cedo para ficarem otimistas, notoriamente com nomes altamente cíclicos, especialmente se as tendências de vendas se deteriorarem ainda mais no curto prazo.

“Mesmo depois de cair 50%, não achamos que o ponto de inflexão chegou para o setor”, avaliam Cathcart, Andrade e Sartorio. Desde final de junho de 2021, as ações da cobertura do varejo e e-commerce do banco tiveram forte queda, com alguns nomes (como e-commerce) caindo ainda mais à medida que taxas de juros e ventos contrários cobraram seu preço.

Eles complementam ainda que o valuation em alguns dos nomes mais cíclicos pode ainda não ter chegado ao fundo do poço.

Os analistas veem que empresas como Americanas (AMER3) e Lojas Quero-Quero (LJQQ3)  devem mostrar piora nas tendências de receita no segundo trimestre de 2022.

“Com varejistas e bancos restringindo o crédito devido à deterioração da qualidade dos ativos, uma recuperação do ímpeto nos próximos meses se torna mais difícil. Como tal, acreditamos que ações cíclicas com baixa visibilidade em torno das estimativas provavelmente não terão bom desempenho pelo restante do ano”, avaliam.

Assim, o mapeamento de riscos e sensibilidades em todo o setor foram atualizados pelo banco, aumentando as premissas de custo de capital próprio.

Entre as mudanças, os analistas reduziram a recomendação para as ações de Enjoei (ENJU3), Mobly (MBLY3) e Loas Quero-Quero de outperform (desempenho acima da média do mercado, ou equivalente à compra) para neutra. Eles veem que há espaço para deterioração das tendências de vendas (para Mobly e Quero Quero) ou um período de vários anos antes de atingir o ponto de equilíbrio (para Enjoei e Mobly).

Já os preços-alvo para praticamente todas as varejistas foram revisados para baixo, ainda que a recomendação tenha se mantido, como para as empresas Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3). Somente de Assaí e Renner foram elevados.

Em relação às expectativas para o 2T22, os analistas esperam ver os melhores resultados na categoria de vestuário e calçados (com forte crescimento de vendas com recuperação de margem), e em varejistas de alimentos (geralmente SSS –
vendas de mesmas lojas – de dois dígitos).

Os analistas destacam que as principais escolhas dentro desses grupos são Lojas Renner (LREN3), Arezzo (ARZZ3) e Assai (ASAI3).

O comércio eletrônico e a reforma da casa provavelmente mostrarão resultados fracos, potencialmente com alguma deterioração incremental, avaliam.

Assim, as principais escolhas do banco no setor são Lojas Renner e Arezzo, com resultados potencialmente servindo como
direcionadores, e também Petz (PETZ3).

EmpresaTickerRecomendação anteriorRecomendação atualPreço-alvo anteriorPreço-alvo anteriorPotencial de valorização*
AlliedALLD3neutroneutroR$ 23R$ 1446%
AlpargatasALPA4outperformoutperformR$ 45R$ 3053%
AmericanasAMER3neutroneutroR$ 39R$ 2342%
ArezzoARZZ3outperformoutperformR$ 110R$ 10238%
AssaíASAI3outperformoutperformR$ 24R$ 2561%
BK BrasilBKBR3neutroneutroR$ 8R$ 842%
C&ACEAB3neutroneutroR$ 7R$ 6151%
CVCCVCB3neutroneutroR$ 19R$ 1053%
EnjoeiENJU3outperformneutroR$ 6R$ 289%
GPAPCAR3neutroneutroR$ 26R$ 1915%
Grendene[ativo=ARRZ3]neutroneutroR$ 12R$ 9+36%
Grupo MateusGMAT3outperformoutperformR$ 10R$ 893%
Grupo SBFSBFG3outperformoutperformR$ 36R$ 3276%
GuararapesGUAR3neutroneutroR$ 12R$ 1034%
Lojas Quero QueroLJQQ3outperformneutroR$ 16R$ 848%
Lojas RennerLREN3outperformoutperformR$ 37R$ 3854%
Magazine LuizaMGLU3neutroneutroR$ 9R$ 579%
MarisaAMAR3neutroneutroR$ 5R$ 347%
MercadoLibreMELI: NasdaqoutperformoutperformUS$ 1700US$ 1650128%
MoblyMBLY3outperformneutroR$ 7R$ 320%
Natura & CoNTCO3outperformoutperformR$ 47R$ 3088%
PetzPETZ3outperformoutperformR$ 25R$ 1774%
ViaVIIA3neutroneutroR$ 5R$ 473%
VulcabrasVULC3neutroneutroR$ 12R$ 118%

*frente o fechamento de terça-feira (19)

Diferentes segmentos, diferentes desempenhos

A XP também destacou que os diferentes segmentos do varejo também devem ter resultados bastante diversos no segundo trimestre de 2022.

Conforme destaca a casa, os resultados devem mistos para os nomes de consumo discricionário, com o destaque positivo sendo novamente as varejistas de alta renda, que estão surpreendendo nos últimos períodos com resultados acima das expectativas mesmo frente ao cenário macroeconômico mais desafiador.

Em relação às varejistas que atendem públicos de classes mais baixas (média/baixa renda), deve haver uma continuidade de um bom crescimento de vendas versus 2021, mas ainda enfrentando algum desafio de rentabilidade frente à inflação de custos e demanda fragilizada para repasse para preços.

“Continuamos a ver um cenário desafiador para Natura&Co. (NTCO3) e Multilaser (MLAS3), enquanto devemos começar a ver recuperação de margem em Alpargatas (ALPA4)”, projetam os analistas.

No varejo alimentar, a projeção é de uma dinâmica de venda sólida em todos os nomes da cobertura da casa, com destaque para o atacarejo que deve apresentar forte aceleração de crescimento decorrente da continuidade da retomada do segmento B2B (Bares, Restaurantes, Utilizadores), ganho de participação do canal frente à restrição de renda e contribuição positiva do Carnaval fora de época. Por outro lado, a rentabilidade é um desafio, principalmente no caso de Carrefour (CRFB3), dada a restrição de renda disponível.

Em e-commerce, a projeção é de uma dinâmica de resultados semelhante ao 1T22, com recuperação do varejo físico, enfraquecimento do canal online de estoque próprio (1P) e desaceleração de crescimento do marketplace (3P) devido ao cenário macro desafiador, base de comparação desafiadora e ajuste de canais frente à normalização do consumo fora de casa.

“Esperamos que as companhias continuem apresentam recuperação de margem, decorrente a um ambiente competitivo mais racional e mix de canais, mas devemos continuar a ver uma dinâmica de lucro pressionado por conta de margens ainda apertadas e aumento de despesas financeiras devido à alta de juros”, avalia.

 

(InfoMoney)

 

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