BRF (BRFS3) despenca após ser rebaixada por JPMorgan; insegurança política impacta dólar 

brf

O Ibovespa tem instabilidade nesta terça-feira (25), após alta firme das bolsas americanas. As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) pesam no índice, na contramão da commodity de referência, e dificultam a virada de sinal do índice.

Além disso, papéis do setor financeiro passam a subir, tentando apagar um pouco as perdas da véspera. Contudo, o espaço para recuperação é limitado, em meio a dúvidas políticas internas, à medida que se aproxima o segundo turno das eleições, junto às preocupações com a inflação.

Santander (SANB11) avança 0,33% e Bradesco (BBDC4), 0,45%, enquanto Itaú (ITUB4) opera próximo à estabilidade, e Banco do Brasil (BBAS3) recua 0,15%.

Na ponta negativa, BRF (BRFS3) exibe queda de 8,56%, liderando as perdas do Ibovespa, depois que o Citi rebaixou a recomendação da empresa para neutra, devido a incertezas sobre o plano de recuperação da empresa. O banco estabeleceu novo preço-alvo, de 5,7 vezes o EV/Ebitda da BRF, um desconto de 14%, enquanto aguarda a empresa restaurar a rentabilidade e diminuir o excesso dos estoques.

O analista do JPMorgan Lucas Ferreira também reduziu o preço-alvo do papel para 2023, de R$ 16,5 por ação para R$ 15, considerando a tendência fraca dos preços de alimentos processados no país. “Acreditamos que os negócios no Brasil devem mostrar pouca melhora devido à recuperação econômica instável, mercado super abastecido e preços internos em queda”, diz. 

Operadores do mercado ainda citam notícia de ontem de que o governo mandou recolher petiscos caninos da Balance, marca da BRF Pet, devido à contaminação de etilenoglicol.

Também estão entre as maiores baixas, Carrefour (CRFB3), após ter recomendação rebaixada pelo HSBC de compra para dropped coverage, São Martinho (SMTO3) e Azul (AZUL4).

Na ponta positiva, os papéis das varejistas ocupam duas posições. Magazine Luiza (MGLU3) lidera as altas do índice, com cerca de 7% de valorização, e Americanas (AMER3) avança 4,30%. Os papéis recuperam parte das perdas contabilizadas na véspera.

Os ativos da categoria de educação também avançam, com Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3) entre os maiores ganhos. As ações têm apresentado forte volatilidade no mês, em função da corrida eleitoral.

Além disso, Méliuz (CASH3) opera na ponta positiva e valoriza 4,67%, após iniciar estudo para a segregação de suas operações de soluções de pagamento.

Desempenho do Ibovespa em 25 de outubro (Fonte: Bloomberg)

O dólar opera em alta marginal, mas reduz ritmo reagindo à ampliação da queda do índice DXY ante seis divisas principais, em meio à melhora das bolsas em Nova York na esteira de balanços. 

O Conference Board informou que a confiança do consumidor caiu a 102,5 em outubro, melhor que a previsão, de 106,3. O economista e planejador financeiro da Planejar, Bruno Mori, disse que o dólar perdeu força com o exterior mais positivo, mas sustenta ganhos e testou máxima a R$ 5,35 mais cedo por questão política interna.

“O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue à frente nas pesquisas, o episódio Roberto Jefferson pesou nos mercados ontem e embaralhou o cenário e é possível uma judicialização do resultado do segundo turno, se Bolsonaro perder”, explica ele.

Bruno ainda menciona outro caso que repercutiu negativamente hoje: a acusação do ministro das comunicações contra rádios do Nordeste, que, segundo o economista, aumentou a confusão pré-eleitoral e abriu caminho para a judicialização do resultado da eleição pelos bolsonaristas.

“O mercado se sente incomodado, se for pelo caminho da judicialização, protestos, gera insegurança e os investidores buscam proteção. Esses fatores apoiam demanda defensiva no dólar”, apontou.

🇧🇷 Ibovespa -0,20% (115.776)

💵 Dólar +0,02% (R$ 5,30)

Cotações registradas às 12h35
 

Commodities

O petróleo tem alta moderada. O economista do Banco Original Eduardo Vilarim afirma que a aceleração de itens voláteis, como passagem aérea, contribuiu para a alta do índice. “A surpresa está concentrada em itens voláteis, o que deve fazer com que o mercado não veja de forma negativa essa aceleração”, disse.

O minério de ferro fechou em queda firme, enquanto traders vendem seus contratos de enquanto “siderúrgicas estão comprando somente por demanda e sem formação de estoques”, afirmou Gilberto Cardoso, CEO da Tarraco Commodities.

A demanda na alta temporada de outubro foi menor do que o esperado, e a procura está difícil de melhorar, de acordo com Gilberto, juntamente com a fraca demanda por produtos siderúrgicos acabados. 

“As siderúrgicas não estão ativas na reposição do estoque de matérias-primas, e o preço do minério importado está relativamente baixo”, explica.

Ele acrescenta que, à medida que entramos no inverno e baixa temporada, a demanda à frente pode encolher novamente, e os lucros das siderúrgicas dificilmente vão se recuperar. No curto prazo, os preços do minério de ferro se manterão fracos e voláteis, afirma.

🛢 Brent +0,59% (US$ 91,75)

🛢 WTI +0,79% (US$ 85,27)

🇨🇳 Minério de ferro -1,90% (US$ 91,6)

Cotações registradas às 12h35; minério de ferro referente a Dalian

 

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