As ações do Carrefour Brasil [CFBR3] sobem mais de 5% no pregão desta quarta-feira (01), em reação ao balanço trimestral da companhia. A empresa encerrou o 3T23 com lucro líquido ajustado de R$ 132 milhões, o que representa uma queda de 59,1% quando comparado ao 3T22. O Ebitda teve baixa anual de 13,4%, somando R$ 1,47 bilhão.
Leitura do balanço
Na visão da XP Investimentos, o Carrefour reportou resultados fracos, mas em linha com o esperado, devido à deflação alimentar pressionando o crescimento de receita e com a integração do Grupo BIG pressionando a rentabilidade da companhia.
De acordo com os analistas da casa, a performance negativa do varejo foi mais que compensada pela margem do Atacadão devido a melhores negociações comerciais e melhores resultados do banco Carrefour, além de uma maior atividade promocional e o fim da parceria com o Hipercard.
A XP destaca que a inadimplência do Banco Carrefour continuou acelerando tanto de trimestre para trimestre quanto de ano para ano, enquanto os investimentos para atrair novos clientes devem pressionar os resultados de curto prazo.
“As conversões do Grupo BIG em Atacadão já estão contribuindo positivamente para o Ebitda em setembro, enquanto o breakeven está sendo alcançado mais cedo que o esperado”, explicam.
Eles complementam que a companhia teve R$ 75 milhões em despesas no trimestre relacionadas aos ajustes do BIG (provisões, consultorias). Além disso, Carrefour também reiterou o guidance de R$ 2 bilhões de sinergias anuais através da integração do BIG até 2025.
No geral, o cenário ainda é bastante desafiador para a empresa, afirma o analista da Eleven Niels Tahara.
“Dado esse cenário, além de mais um resultado fraco, com o lucro líquido reportado sendo explicado principalmente por um one-off, mantemos nossa recomendação neutra”, conclui o analista.
A XP também tem recomendação neutra para a companhia.
No curto prazo, CRFB3 tem tendência de baixa no gráfico diário e no gráfico semanal, e nos últimos dias entrou em consolidação entre R$ 8,60 e R$ 9,23, de acordo com o analista técnico Filipe Borges.
“Enquanto ele ficar dentro desse range destacado nesta consolidação, não há nenhuma indicação de compra ou venda no ativo”, conclui o analista.