CEO da Disney abafa vendas de ativos e promete versão moderna da empresa

Diretor-executivo da empresa de entretenimento falou em reunião da empresa em Nova York.

O CEO da Disney, Bob Iger, disse aos funcionários nesta terça-feira (28) que a tarefa enfrentada ao retornar à empresa há um ano foi mais difícil que o esperado, e minimizou os próprios comentários anteriores sugerindo que grandes vendas de ativos estavam na mesa.

“Eu sabia que havia uma infinidade de desafios… Devo dizer que havia muitos mais do que eu esperava”, disse Iger ao ser entrevistado pelo apresentador de notícias da ABC, David Muir, em uma reunião geral da empresa no New Amsterdam Theatre, em Nova York.

Iger disse que planeja passar o próximo ano construindo a “versão moderna da Walt Disney Company”, mas ofereceu poucos detalhes novos sobre o que isso implicaria.

Questionado sobre os comentários sobre possíveis vendas de ativos, feitos no ano passado por Iger na CNBC, o CEO da Disney disse que uma possível falha dele pode ser o gosto por “colocar as coisas no topo dos mastros para ver como elas voam” e “pensar em voz alta” para sinalizar à comunidade de investimentos que a empresa está aberta a ideias para seu futuro.

“Eu não achava que todo mundo sairia com uma história de que tudo está sendo vendido, o que não é o caso”, disse Iger. Nenhuma decisão foi tomada, acrescentou.

Iger foi acompanhado no palco pelo chefe da ESPN, Jimmy Pitaro, pelos vice-presidentes de entretenimento da Disney, Dana Walden e Alan Bergman, e pelo chefe de parques e resorts, Josh D’Amaro.

Iger disse que Walden e Pitaro têm examinado seus negócios, que incluem ESPN, ABC, Disney Channel e FX, para torná-los mais eficientes e avaliar seu valor estratégico para a empresa, que ele disse ainda ser “bastante significativo”.

Lançar uma versão direta ao consumidor da ESPN que tenha todo o conteúdo da rede de cabo principal é o topo da lista de projetos de construção da empresa. Pitaro reiterou que um serviço de streaming desse tipo deve ser lançado até 2025, no máximo.

Muir perguntou a Iger e Pitaro sobre a busca da Disney por parceiros para a ESPN. Eles forneceram poucos detalhes além de dizer que estão conversando com ligas esportivas e empresas de tecnologia.

Iger disse que os parceiros não são obrigatórios para os planos futuros da ESPN. “Podemos seguir sozinhos. Estamos totalmente preparados para fazer isso. Seria um pouco mais desafiador se o fizéssemos”, disse Iger.

O executivo passou grande parte do tempo explicando a decisão de investir US$ 60 bilhões nos parques e resorts da Disney, dizendo: “Este é um negócio em que você gasta para ter sucesso”. As operações de parques e resorts têm mostrado o maior potencial de crescimento e devem receber o maior capital, disse ele.

Iger não foi questionado sobre a batalha da Disney com o investidor ativista Nelson Peltz, cuja empresa adquiriu uma participação significativa na Disney e está pressionando por assentos no conselho.

O CEO da Disney gastou tempo elogiando a ABC News, que, como o resto da empresa, sofreu reduções significativas na equipe. “Eu acredito no futuro das notícias”, disse Iger, reconhecendo que está lidando com o que uma organização moderna de notícias deve parecer no cenário atual da mídia.

Iger também reiterou que o estúdio de cinema da Disney precisa se sair melhor, após vários lançamentos decepcionantes, acrescentando que a percepção de como a Disney está indo ainda é amplamente baseada em seu desempenho nas bilheterias.

Quando se trata de como Wall Street e a comunidade criativa veem a Disney, “nada é mais poderoso do que os filmes”, disse Iger, acrescentando que quando o estúdio está em uma boa fase “nos sentimos animados”.

Abordando as recentes greves trabalhistas em Hollywood, Iger disse que as greves de atores e roteiristas foram dolorosas para a indústria, mas que os acordos alcançados pelos sindicatos os deixaram em uma situação melhor do que se não tivessem entrado em greve.

Quanto às preocupações de que a inteligência artificial prejudicará tanto os escritores quanto os atores e represente uma ameaça à criatividade, Iger disse: “Não acredito que a IA substituirá uma das grandes essências da condição humana, que é a criatividade”.

 

(Com The Wall Street Journal; Título original: Disney Wears Its New Look Well; traduzido para o português com auxílio de IA)

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