Telefónica Brasil [VIVT3] e Tim [TIMS3] renovaram – de novo – máxima histórica de fechamento nesta terça-feira (05). O desempenho é de continuidade ante as séries de três e quatro meses seguidos de alta para ambas as companhias respectivamente.
As sucessivas renovações de máximas refletem proporcionalmente fatores com efeito de maior prazo, explica Max Bohm, estrategista de investimentos da Nomos. “Ambas as empresas divulgaram bons resultados trimestrais recentemente, também foram muito vocais no sentido de incrementarem a distribuição de dividendos, tanto Tim quanto Vivo [Telefónica].”
A disposição das companhias para incrementar a distribuição de proventos atraiu forte fluxo comprador para VIVT3 e TIMS3 nos últimos meses, acrescenta Max.
Na última quinta-feira (30), a XP Investimentos reiterou a Tim como principal escolha do setor de telecomunicações, diante da possível nova regulamentação federal para os juros sobre capital próprio (JCP). Ainda é incerto quando o governo vai discutir a pauta, e os analistas da corretora creem que ela deve ficar em segundo plano.
À parte de Brasília, A Tim elevou, no início de novembro, a previsão de proventos a acionistas neste ano em R$ 600 milhões, para R$ 2,9 bilhões.
Já a dona da Vivo aprovou em assembleia no mês passado uma proposta de redução de capital de R$ 1,5 bilhão, o abrindo espaço para uma distribuição ainda maior de dividendos, segundo Max.
A mudança pode impulsionar o dividend yield da empresa para 7%, conforme reportado pelo TradeNews na data da aprovação da proposta pela Anatel.
As companhias também deixaram impressão positiva na última temporada de balanços. Os resultados apontaram crescimento das respectivas bases de clientes e receitas, melhores margens e reajustes de preço acima da inflação, e impulsionaram boa parte do avanço recente das ações
Bom para investir?
Curto prazo
No lado da análise técnica, a situação é boa para quem está comprada, mas ainda não é hora de quem está fora entrar.
De acordo com o analista Filipe Borges, VIVT3 já está em região de alvo no gráfico semanal, em pivô de alta. Há um canal de alta no ativo, que se aproxima da região de resistência.
Ele não recomenda comprar o papel agora. “Acho que não há uma boa gestão de risco e não vejo tanto alvo para cima desse ativo ainda.”
Já para quem está comprado e queira manter posição, Filipe recomenda conduzir a operação pela mínima do candle semanal. O alvo final é na região dos R$ 56, mas por expansão de Fibonacci alvo na região dos R$ 53,30 para mim seria o alvo final do meu objetivo de alta.
Já TIMS3 “apresenta o mesmo movimento de VIVT3 dentro de um canal de alta de longo prazo desde 2018, chegando na região de resistência agora”. Da mesma forma, o especialista não vê oportunidade de entrada no papel agora.
Aos já posicionados, o analista diz que tentaria levar como alvo a região dos R$ 18,50, “colocando stop na mínima dos candles semanais para poder garantir um bom lucro”.
“Para novas entradas tanto VIVT3 de quanto TIMS3, eu vou aguardar uma correção, uma retração, uma realização de lucros para avaliar uma entrada com um risco ganho melhor e apropriado”, finaliza o analista.
Fundamentos
Recomendações de compra são maioria absoluta para as duas empresas entre as casas de análise catalogadas pela Bloomberg. A Tim é a preferida, com apenas duas classificações destoantes – do Bradesco BBI e Goldman Sachs, cuja recomendação é neutra.
Já a Telefónica, além de cinco recomendações neutras, tem uma de venda do Goldman Sachs.
A Levante Corp. reiterou recomendação de compra tanto para VIVT3 quanto para TIMS3 em relatórios em novembro.
A Telefónica negocia a níveis atrativos para posicionamento, negociando a 1,01 vezes seu valor contábil, disseram os analistas Eduardo Rahal e Caroline Sanchez, mencionando também o dividend yield projetado para o final de 2023 em 7% após os programas de recompra e redução de capital social,
“Nossa recomendação para o ativo é de compra”, conclui o relatório. O preço-alvo é de R$ 50 por ação. Os analistas Eduardo Rahal e Matheus Nascimento têm recomendação semelhante para TIMS3, com preço-alvo de R$ 18 por ação.
“Quanto aos múltiplos de retorno da empresa, observamos níveis crescentes em termos de ROIC, atingindo 14% em 2024, bem como um ROE de 11,7% no mesmo período de projeção”, apontaram em relatório.