O mercado de distribuição de combustíveis no Brasil enfrenta um segundo trimestre de 2025 desafiador, com margens apertadas. No entanto, o cenário deve mudar no segundo semestre, impulsionado por novas dinâmicas de preços e medidas regulatórias. Esse movimento promete impactar diretamente grandes players como Ultrapar [UGPA3] e Vibra [VBBR3] Energia, que buscam otimizar seus resultados.
Desafios Imediatos: margens fracas e excesso de oferta
O 2T25 apresenta um quadro complexo para as distribuidoras. As margens operacionais estão sob pressão devido às perdas de estoque, resultado das reduções nos preços da Petrobras. Soma-se a isso um persistente excesso de oferta, que continua a apertar o setor.
Para nomes como a Vibra Energia e a Ipiranga (Ultrapar), as projeções indicam margens de EBITDA Ajustado de R$ 120/m³ e R$ 110/m³ no 2T25, respectivamente. Valores que representam uma queda considerável frente ao 1T.
Sinais de recuperação: preços da Petrobras e nova tributação do etanol
Apesar do cenário de curto prazo, a perspectiva para o início do segundo semestre de 2025 é otimista. Duas frentes principais indicam essa melhora:
Primeiro, a Petrobras tem praticado preços de diesel local até 12% abaixo da referência internacional. Essa estratégia visa desestimular importadores, ajudando a reduzir o excesso de oferta no mercado doméstico e abrindo espaço para expansão das margens.
Em segundo lugar, o 3T sentirá o efeito completo da nova estrutura tributária simplificada sobre o etanol. Implementada em meados do 2T, essa mudança busca reduzir a informalidade e combater a concorrência desleal, beneficiando empresas estabelecidas com maior previsibilidade e rentabilidade.
Com esses ventos favoráveis, espera-se uma melhora sequencial nas margens. A expectativa é que a Vibra e a Ipiranga registrem margens de EBITDA Ajustado de R$ 165/m³ e R$ 150/m³ no 3T25, respectivamente.
Ultrapar e Vibra: acima do consenso de mercado
Para as companhias individualmente, o Goldman Sachs mantém estimativas otimistas. As projeções de EBITDA para a Ultrapar (UGPA) em 2025 e 2026 estão 10% e 14% acima do consenso da Bloomberg, respectivamente. Parte disso pode ser atribuída à consolidação da Hidrovias do Brasil (HBSA) que o mercado ainda não refletiu totalmente. Já para a Vibra Energia, as projeções de EBITDA para os próximos dois anos estão 3% acima do consenso.
O relatório do Goldman Sachs oferece um panorama claro para o setor de distribuição de combustíveis, indicando que, apesar dos desafios no segundo trimestre, as condições de mercado e as mudanças regulatórias apontam para uma recuperação sólida no segundo semestre de 2025.
Recomendação e preço-alvo
Após análise, o Goldman Sachs reduziu o preço-alvo das ações da Ultrapar para RS 20,80 (de R$ 22,40, anteriormente), que representa um potencial de valorização de 32,91% em relação ao fechamento anterior, mas manteve recomendação de compra. Já para a Vibra, o banco decidiu elevar o preço-alvo de R$ 20,40 para R$ 22,40, upside de 12,06% em relação ao fechamento anterior, mantendo a recomendação neutra para os papéis da companhia.
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