Como fica o rendimento da poupança se a Selic voltar para 9,25% ao ano? Entenda o que muda e veja simulação

Como fica o rendimento da poupança se a Selic voltar para 9,25% ao ano? Entenda o que muda e veja simulação

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A rápida subida da taxa básica de juros ao longo deste ano promete trazer um certo respiro para a velha poupança. A Selic, que começou 2021 a 2% ao ano, hoje está em 7,75% – e a expectativa é de que nesta noite, finalizada a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, chegue a 9,25% ao ano. Se isso realmente acontecer, após cerca de quatro anos, a taxa voltará a superar o patamar de 8,5% ao ano, o que muda tudo para a caderneta.

A razão é simples: desde 2012 a poupança tem duas formas de remuneração. A vigência de uma ou de outra está diretamente ligada à taxa básica de juros. Quando a Selic está abaixo de 8,5% ao ano, como foi o caso desde 2017 até agora, o rendimento da caderneta equivale a 70% da taxa acrescido da variação da taxa referencial (TR).

Já quando a Selic supera o patamar de 8,5%, o retorno passa a ser de 0,5% ao mês mais a TR – ou 6,17% ao ano mais a TR. Apesar de ver um leve alívio no curto prazo, ao mesmo tempo, a caderneta tem a sua remuneração limitada a esse patamar, o que é negativo, especialmente em um ciclo de aumento de juros.

Lembrando que isso vale apenas para depósitos feitos a partir do dia 4 de maio de 2012, quando as novas regras entraram em vigor. Depósitos feitos na poupança em datas anteriores a essa continuam recebendo rendimentos como eram antigamente, não importa qual o nível da Selic: 0,5% ao mês mais a TR.

Apenas a título de comparação, com a Selic nos atuais 7,75% ao ano, a rentabilidade da poupança está em 5,43% ao ano. Isso porque a taxa referencial está zerada desde setembro de 2017, quando a Selic passou dos 9,25% ao ano para 8,25% ao ano.

Simulações de retorno

Com a esperada elevação dos juros, o rendimento da poupança deve ficar um pouco mais atrativo. Mesmo assim, no entanto, a aplicação segue bastante penalizada quando comparado a outras opções de investimentos com características semelhantes.

É o caso, por exemplo, dos Certificados de Depósito Bancário (CDBs) que ofereçam retorno de pelo menos 100% do CDI, dos títulos públicos como o Tesouro Selic (LFT) e de fundos DI com taxa de administração próxima de zero. Esse produtos, assim como a caderneta, também normalmente possuem liquidez diária.

Uma simulação feita pelos professores Ricardo Rocha e Marcelo Ermel, do Insper, a pedido do InfoMoney, mostra que dentre essas quatro alternativas o melhor retorno fica com o Tesouro Selic (título que também é chamado de Letra Financeira do Tesouro, ou LFT), caso a Selic de fato chegue aos 9,25% ao ano.

O cálculo considerou uma aplicação de R$ 1 mil durante um ano. Também foi levada em conta uma alíquota de Imposto de Renda de 17,5% cobrada sobre os rendimentos dos investimentos – menos sobre o da poupança, que é isenta. Além disso, a conta foi feita com base em uma Selic estável em 9,25% durante o período e uma TR de 0,0623% ao mês (equivalente à TR registrada em julho de 2017, quando a taxa básica estava nesse mesmo patamar).

Não foi levada em conta a cobrança de taxa de custódia pelo Tesouro Direto, já que está prevista a isenção para estoques de até R$ 10 mil mantidos no programa.

Rendimento bruto (ao ano)Rendimento líquido (ao ano)(1)
Poupança nova regra (2)6,96% (6,17% + provável TR)6,96%
Tesouro Selic (3)9,37%7,73%
CDB 100% do CDI9,25%7,63%
Fundo DI (4)9,25%7,63%

(1) O cálculo considera alíquota de IR de 17,5% sobre o rendimento bruto
(2) O rendimento é isento de IR
(3) Vencimento em 2024
(4) Considera taxa de administração de 0,10%

 

 

Fuga da poupança

A alta dos juros e a migração dos investidores para títulos de renda fixa que oferecem retornos atrativos têm penalizado os depósitos na poupança. Segundo o Banco Central, os saques voltaram a superar as aplicações na caderneta pelo quarto mês seguido em novembro. Ao todo, a retirada chegou a R$ 12,4 bilhões no mês passado.

Essa também foi a terceira vez seguida que os resgates bateram recorde em um determinado mês na série histórica, iniciada em 1995. Os volumes de saídas em setembro (R$ 7,719 bilhões) e outubro (R$ 7,430 bilhões) também foram inéditos para os respectivos meses.

Mudanças no radar?

Com o retorno da poupança abaixo do que oferecem outras aplicações financeiras, agentes financeiros e interessados no tema vêm discutindo formas de tentar melhorar a rentabilidade da caderneta. A pauta já estaria sendo estudada pelo próprio Banco Central.

Durante participação em evento no fim de novembro, Roberto Campos Neto, presidente da autoridade monetária, disse que a autarquia estava estudando o tema da poupança. Ele, no entanto, reforçou que mudanças na caderneta precisam ser feitas com cautela para não criar rupturas.

“Seria importante uma poupança mais casada com a destinação de recursos”, observou Campos Neto, ao dizer que mudanças na poupança precisam ser feitas mediante consulta pública, ouvindo todos os envolvidos e interessados.

Um dos temores está ligado ao efeito que o aumento da taxa básica de juros pode gerar em termos de captações. “Com a Selic em 2%, estávamos preocupados com a migração alta para a poupança. Com a taxa de juros subindo, temos preocupação com a saída de recursos da poupança”, enfatizou Campos Neto na ocasião.

Ao ser questionado pelo InfoMoney sobre o avanço dos estudos sobre poupança, o Banco Central preferiu não se posicionar.

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