por Beto Saadia
O Congresso derrubou os decretos do IOF e, para o investidor, é importante entender o pano de fundo por trás dessa derrubada do IOF.
Não tem a ver com R$ 10 bilhões a menos de arrecadação fiscal, trata-se, na verdade, de uma movimentação eleitoral que já ocorre dentro do governo, a partir da percepção gradual de que o presidente atual não se reelege.
Ontem, com a confirmação do Senado, foi a primeira vez, desde o governo Collor, em 1992, que um texto presidencial é derrubado por votação dos parlamentares.
Anteriormente na Câmara, o projeto que susta os decretos foi aprovado por ~80% dos deputados. Líderes da base governista já falam em rompimento com o Palácio do Planalto. E, ainda por cima, o Executivo ameaça judicializar a questão, levando o caso ao STF.
Dá para estender esse raciocínio sobre a alternância de governo para outros episódios recentes: os embates em torno das eólicas offshore, a disputa pelas emendas, ou mesmo as críticas de Haddad a Motta, que não foram bem recebidas.
Mas não adianta analisar esses embates isoladamente. É suficiente focar nas pesquisas de popularidade do presidente que elas é que ditarão os próximos ruídos no Congresso. Mas não tenha dúvida de que o Brasília está se preparando para uma (ainda incerta) alternância de governo.
O texto trata apenas da opinião do autor e não necessariamente reflete a opinião institucional da Nomos Investimentos ou do TradeNews.