Com desempenho positivo nos últimos cinco pregões, as ações da Copel [CPLE6] subiram quase 7% apenas nesta semana. A empresa concluiu nesta semana a privatização, em oferta pública que oficialmente retirou o governo do Paraná do controle da empresa.
Em setembro, CPLE6 avança 5,20%. Além disso, a ação sobe mais de 15% em 2023.
A dissolução do controle estatal, a qual passou a contar com regime misto, traz um bom prognóstico para a elétrica, diz o analista da Benndorf Research João Tonello.
Ele lista flexibilidade na gestão, maior agilidade nos processos de compras e contratações, menos burocracia, maior flexibilidade na gestão de pessoal, menor interferência política e possibilidade de parcerias e investimentos mais flexíveis como vantagens do processo.
“A entrada de capital privado pode viabilizar investimentos em tecnologia, modernização e expansão, o que impulsiona o crescimento da empresa e a conquista de novos mercados, potencialmente gerando margens de lucro mais elevadas”, explicou o analista.
Entretanto, apesar de ver um horizonte de melhora operacional e gostar do ativo, Tonello indica que a Equatorial Energia [EQTL3] deve mostrar um melhor desempenho na bolsa nos próximos três meses.
“O problema de CPLE6 é justamente o timing operacional. A alta já aconteceu. Não tem tanto espaço para new rating, os ganhos de eficiência por privatização vão ser marginais e o espaço para acelerar não é tão alto quanto já foi na especulação da privatização”, esclarece.
O analista da Eleven Bruno Trindade Vidal, concorda em parte. O especialista confirma que a Copel não tem o maior potencial de valorização entre os pares do setor, mas destaca CPLE6 como top pick em termos de distribuição de dividendos.
“Enxergamos um dividend yield médio de 11% pelos próximos anos, bastante atrativo com um risco operacional muito baixo”, afirmou Vidal.
Aos trades
A curto prazo, CPLE6 segue em tendência de alta no gráfico semanal, com o pivô projetando alvo final entre R$ 9,20 e R$ 10,05, segundo o analista da Benndorf Filipe Borges.
“Para quem tem posição, eu manteria essa operação de compra na Copel. O rompimento dos R$ 9,15 abre espaço para mais altas, com alvo final em R$ 10,07.” O stop de proteção de ganhos ficaria abaixo dos R$ 8,38, concluiu o analista.
A nova configuração da Copel
Além do mínimo de 15% de participação na Copel, o governo estadual do Paraná continua fazendo parte da corporação com uma ação de classe especial, chamada golden share, com poder de veto sobre os investimentos.
De acordo com fato relevante da Copel, a oferta levantou mais de R$ 4,5 bilhões, sem considerar lotes extras, com ações da empresa precificadas em R$ 8,25.
Após abertura de vendas do lote suplementar, realizada em setembro, o montante total ultrapassou R$ 5,1 bilhões.
Os fundos de investimentos ficaram com a maior parcela das ações da companhia. Segundo aviso de fechamento da operação, os fundos possuem 52,2% das ações ofertadas.
Em segundo lugar aparecem os investidores estrangeiros, o equivalente a 44,36% das ações subscritas na operação. Entidades de previdência privada aparecem em terceiro lugar, com 2,3%.
No novo quadro de acionistas estão duas gestoras americanas, a GQG Partners e a LSV Asset Management. Além delas, duas das outras maiores investidoras são brasileiras: BNDES Participações e a Radar Gestora de Recursos.
Antes da privatização, o governo do Paraná tinha 31,1% de participação do total de ações no capital social, que passou para 17,9% depois da oferta e agora chegando a 15,65% após a venda das ações do lote suplementar.
