Crise nas lojas Americanas gera preocupação nos corredores em Davos

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Davos 19/01/2023 – A crise das Lojas Americanas é motivo de preocupação nos corredores do Fórum Econômico Mundial, em Davos. Banqueiros ouvidos pelo Broadcast consideram o caso como “chocante” e “inaceitável” e temem impacto sobre a credibilidade da governança corporativa no Brasil frente à comunidade internacional, embora minimizem um risco sistêmico no setor varejista.

Em Davos, a leitura é de que os bancos credores da Lojas Americanas terão de absorver um prejuízo bilionário. Mas há uma cobrança para que os acionistas aportem recursos na companhia. A crise na varejista teve início com a identificação de inconsistências contábeis no valor de R$ 20 bilhões e posterior renúncia do então CEO do grupo, Sergio Rial.

“O caso é chocante”, disse um banqueiro ao Broadcast, na condição de anonimato, durante o Fórum, em Davos. Para esse interlocutor, o rombo bilionário da Lojas Americanas pode colocar “em dúvida” a responsabilidade da governança corporativa no País perante à comunidade internacional. Também pode levantar questionamentos quanto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e se a reguladora do mercado de capitais brasileira estaria cumprindo bem o seu papel, segundo a fonte.

“Isso compromete quando se pensa em governança”, disse o banqueiro, acrescentando que a crise da Lojas Americanas acontece em um “momento desagradável” em meio ao início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa fonte também se queixa da falta de interlocução com os acionistas da empresa.

Durante passagem por Davos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a crise da Lojas Americanas como um “problema grave”, mas não mencionou o nome da companhia. Segundo ele, há preocupação com o caso, mas a CVM já está tratando do tema e dará uma resposta a credores e à sociedade.

“A CVM está em cima disso. Obviamente que a preocupação existe, sobretudo se envolveu um ato que não respeite a legislação brasileira. Seria uma coisa grave a ser considerada”, disse Haddad, a jornalistas, após participar de evento no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Outro banqueiro classificou a crise da Lojas Americanas como “inaceitável”. “É um absurdo”, disse, ao Broadcast, pedindo para não ter o seu nome revelado. Na sua visão, uma empresa enfrentar problemas e vir a quebrar é um evento que pode ocorrer, mas o que não é “normal”, explica, é a “fraude”.

“Pode acontecer, vir a público e quebrar, mas o que não é normal é a fraude, ainda mais com o porte dos acionistas que podem vir e aportar capital na empresa”, disse o banqueiro. Ele minimizou, porém, preocupações quanto a um risco sistêmico no setor de varejo no Brasil. Para essa fonte, o caso da Americanas é pontual e não deve se espalhar.

A Americanas informou hoje que, embora ainda não tenha sido decidido, a administração da companhia está trabalhando com a possibilidade de, nos próximos dias ou potencialmente nas próximas horas, aprovar o ajuizamento, em caráter de urgência, de pedido de recuperação judicial.

(Agência Estado)

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