O BTG Pactual e a Valora Gestão de Investimentos comunicaram a aprovação do desdobramento da totalidade de cotas dos fundos imobiliários CRI, CDI, FII. Com base na posição de fechamento do fundo em 8 de setembro, o índice de divisão é de 1:10. Nove cotas adicionais foram adicionadas a cada cota existente, dando ao titular um total de 10 cotas.
O caso do BTG Pactual e Valora foram, especificamente, em cotas de fundos imobiliários, mas o mecanismo é mesmo que funciona em ações. Diferentemente do grupamento, o objetivo principal de um desdobramento é aumentar a liquidez dos ativos.
“Desdobramento é um evento em que a empresa aumenta a quantidade de ações em circulação no mercado ao mesmo tempo em que diminui, na mesma proporção, seu preço por ação. Financeiramente, o evento em si não muda absolutamente nada para o acionista”, relatou Erik Pajunk, head de renda variável da BS\ BRA.
“Para ilustrar, imagina que você tenha 100 ações de uma empresa que custe 5 reais por ação. Logo, você teria 500 reais de valor financeiro no total. Se a companhia fizer um desdobramento de 2 para 1, você passará a ter 200 ações e o valor de cada ação passará a ser 2,50 reais. Ou seja, você continuará com 500 reais de valor financeiro total de ações”, acrescentou.
No entanto, apesar de a liquidez ser um bom fator, a empresa pode ser capaz de atrair investidores mais especulativos que gostam de maior volatilidade do preço dos ativos se suas ações forem precificadas mais baixas.
É importante ressaltar que este procedimento simplesmente afeta a quantidade de ações disponíveis para compra e seu preço unitário, o valor de mercado da empresa permanece inalterado. O investimento feito originalmente, de quem comprou essas ações também permanece constante, o patrimônio não mudará, apenas haverá mais ações.
Principais motivos para um desdobramento
“Existe uma ideia no mercado de que ações mais baratas são mais acessíveis para o público, o que faz mais pessoas comprarem, culminando em uma valorização do ativo. Isso é apenas uma ideia, não quer dizer seja uma regra”, disse Erik.
Logo, se uma empresa tem um valor unitário por ação muito elevado, e visa atrair mais acionistas, um desdobramento poderá ser uma opção. Há quem diga que o split acontece quando a empresa surfa em boas ondas, sendo “foçada” a criar mais ações.