Desemprego no Brasil segue em queda, mas juros devem pesar

Por Benndorf Research 

A taxa de desemprego brasileira recuou para 6,6% no trimestre móvel encerrado em agosto, recuando em comparação com os 6,8% registrados nos três meses imediatamente anteriores e atingido a menor taxa para um trimestre encerrado em agosto desde o início da pesquisa, em 2012.

A população desocupada recuou 6,5% entre trimestres e 13,4% no ano para 7,3 milhões, atingindo o menor contingente de desocupados desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015. Simultaneamente, a população ocupada renovou o recorde da série histórica após subir 1,2% no trimestre para 102,5 milhões. O nível da ocupação foi a 58,1%, recorde para um trimestre encerrado em agosto desde 2013.

A taxa de subutilização (16%) recuou em ambas as comparações e foi a menor para um trimestre encerrado em agosto desde 2014. A população subutilizada (18,5 milhões) foi a mínima desde um trimestre encerrado em julho de 2015.

No mais, o número de empregados com carteira assinada chegou a 38,6 milhões, também novo recorde da série histórica, com altas de 0,8% entre trimestres e 3,8% entre anos. O número de empregados sem carteira assinada no setor privado (14,2 milhões) também foi recorde, com altas de 4,1% t/t e 7,9% a/a. A taxa de informalidade foi de 38,8% da população ocupada (ou 39,8 milhões de pessoas).

Por fim, o rendimento real habitual foi de R$ 3.228, ficando estável no trimestre e crescendo 5,1% no ano. A massa de rendimento real habitual (R$326,2 bilhões) cresceu 1,7% no trimestre e 8,3% no ano.

O mercado de trabalho nacional continua se mostrando muito forte na metade do terceiro trimestre, reiterando a força da economia. Contudo, esperamos que a virada no ciclo de política monetária e a desaceleração apresentada em alguns índices de atividade recentes impactem a criação de empregos no país ao longo dos próximos meses e aliviem as pressões inflacionárias, mas mantemos uma perspectiva positiva de modo geral para o mercado de trabalho.