Dossiê 3G Capital: O que passado, presente e futuro dizem sobre a private equity

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Com o caso Americanas [AMER3], a 3G Capital ficou em evidência nos noticiários brasileiros. A empresa de private equity foi fundada em 2004 pelos sócios Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles, Carlos Alberto Sicupira, Alex Behring e Roberto Thompson Motta. 

Mas o que muita gente não sabe é que o grupo 3G Capital tem partes de diversas outras empresas, para além da Americanas.

O head de research da Eleven Financial, Carlos Daltozo, define a 3G como “uma das mais tradicionais empresas de private equity aqui do Brasil […], tem um histórico gigantesco ali de compra de companhias”.

Empresas com participação da 3G Capital

Em primeiro lugar, é imprescindível citar a AB InBev, empresa multinacional de bebidas e cervejas. A companhia abrange nomes como a brasileira Ambev [ABEV3] – um dos principais nomes no mercado de bebidas nacional -, a americana Anheuser-Busch e a mexicana Grupo Modelo. 

Além do mundo das bebidas, o grupo também tem participações em redes de fast-food. Burger King e Popeyes Louisiana Kitchen são apenas algumas empresas contempladas no portfólio da 3G.

Ainda falando do setor alimentício, a Kraft Heinz, multinacional que abrange marcas como Heinz e Kraft Foods. 

E é claro, impossível falar de 3G Capital sem mencionar sua representação no varejo: Lojas Americanas. 

O esqueleto no armário da 3G Capital

O caso Americanas ainda é questão que assombrará a 3G por algum tempo. Segundo o analista da Eleven, na superfície, parece um episódio “simples de apropriação, de juros e de alguns empréstimos que não estavam computados corretamente no balanço”.

No entanto, Daltozo aponta: “é difícil acreditar que uma auditoria interna ou externa não pegaria esse tipo de coisa”.

Para o mercado, ainda resta muita dúvida se a empresa terá saúde financeira para resolver sua crise.

Em relação às outras empresas da private equity, Ambev e Heinz tiveram suas ações afetadas negativamente pelo caso da Americanas, de acordo com o analista.

Não é a primeira vez, todavia, que a 3G Capital tem problemas quanto a alguma de suas empresas. Carlos Daltozo expõe: “a Rumo [empresa de logística] lá nos anos 2010, 2011 teve algum problema também de questionamento contábil. Em 2021, a Kraft Highs também foi multada”.

O futuro da 3G Capital

“Já falaram [3G Capital] que vão aportar R$ 1 bilhão, depois mais R$ 6 [bilhões], mas os bancos ainda falam que é insuficiente e isso acabou sim afetando”, começa o analista.

É preciso, primeiramente, recuperar confiança do mercado, segundo Daltozo. 

“A gente vê aí uma empresa tradicional passando por problemas sérios de governança e o mercado questionando o que eles vão fazer pra sanar esse problema”, explana o analista da Eleven. 

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