O IPCA-15 registrou alta de 0,33% em novembro, acelerando em relação ao mês anterior e superando as projeções do mercado. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,30% e, em 12 meses, de 4,84%, abaixo dos 5,05% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram alta. A maior variação e impacto veio do grupo Alimentação e bebidas (0,82% e 0,17 p.p.), seguidos pelas Despesas pessoais (0,52% e 0,05 p.p.) e pelos Transportes (0,18% e 0,04 p.p.). A Comunicação (-0,22% e -0,01 p.p.) foi o único grupo a recuar em novembro.
A alimentação no domicílio (1,06%) voltou a subir após cinco contrações seguidas e foi a principal responsável pela alta do grupo. As altas da cebola (30,61%), batata-inglesa (14,01%) e arroz (2,6%) foram as que mais contribuíram com a alta, refletindo o impacto das condições climáticas desfavoráveis em especial no sul do país. A alimentação fora do domicílio (0,22%) também avançou.
Já as despesas pessoais avançaram puxadas principalmente pelo pacote turístico (2,04%), pela hospedagem (1,27%) e pelo serviço bancário (0,63%).
Por último, os Transportes foram novamente influenciados em grande parte pelas passagens aéreas (19,03% e 0,16 p.p.), que foi o item de maior contribuição individual no resultado. Em contraponto, os combustíveis recuaram 2,11% graças aos reajustes mais recentes da Petrobras.
Houve retração nos preços do etanol (-2,49%), da gasolina (-2,25%) e do gás veicular (-0,57%), enquanto o óleo diesel (1,12%) foi o único componente a subir. Apesar da alta mais expressiva que o esperado, o IPCA-15 segue em trajetória de queda no resultado acumulado, ponto positivo e que deve levar o IPCA a seguir a mesma tendência.
No mais, entendemos que o impacto nos alimentos está bastante relacionado aos efeitos do El Niño e devem perdurar até o final do primeiro trimestre do próximo ano, enquanto os outros dois destaques estão ligados ao período de fim de ano e antecipação das promoções de Black Friday.
Dito isso, mantemos as projeções de inflação dentro do intervalo da meta ao final de 2023 e novos cortes de 0,5 p.p. na taxa de juros, abrindo cada vez mais espaço para uma retomada sólida do consumo.